Evolução da dormência de gemas de videira sob diferentes regimes térmicos
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n6Supl3p3419Palavras-chave:
Brotação, Endodormência, Horas de frio, Vitus vinifera.Resumo
Flutuações na disponibilidade de frio hibernal afetam a dormência e brotação de gemas. Objetivou-se quantificar os requerimentos térmicos durante a dormência de gemas de videira ‘Itália’ sob diferentes regimes térmicos. Estacas de videiras ‘Itália’ foram coletadas em Veranópolis-RS, em abril/2017, com zero horas de frio (HF). As estacas foram submetidas à temperatura constante (7,2°C) ou alternada (7,2 e 18°C, por 6/18h, 12/12h ou 18/6h), ou ainda, temperatura constante (7,2°C) ou alternada (7,2 e 18°C, por 12/12h), combinadas com um ou dois dias por semana a 25°C. Periodicamente, parte das estacas de cada tratamento foi transferida para 25°C, para avaliação diária da brotação. A entrada em endodormência (dormência controlada pelo frio) ocorreu com 200 HF, independentemente do regime térmico, e a saída com 300 HF, a 7,2°C. O calor alternado de 18°C em meio ao frio não se mostrou prejudicial à superação da endodormência. Ondas de calor de 25°C na endodormência resultaram em aumento de HF para superação do processo. O efeito negativo das altas temperaturas dependeu do tempo de exposição. O calor anulou parcialmente o frio após um período de 36 horas contínuas no período de dormência. Tais evidências servem de base para ajustes de modelos para predição da brotação, principalmente para regiões com frio hibernal ameno e irregular, como do Sul do Brasil.Downloads
Referências
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