Qualidade das carnes fresca e maturada de cordeiros alimentados com farelo de amendoim e glicerina
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n4p1619Palavras-chave:
Biodiesel, Carne maturada, Coprodutos, Ovino, Qualidade da carne.Resumo
Foram avaliadas as características microbiológicas e físico-químicas de músculos semimembranosos frescos e maturados provenientes de 40 cordeiros Ile de France machos não castrados, com 17,15 kg de peso corporal inicial ± de 1,56 kg. Os tratamentos envolveram carnes de cordeiros frescas e maturadas por 14 dias a 4º C e alimentados com quatro dietas: C – dieta controle; FA – dieta com 20% de farelo de amendoim em substituição ao farelo de soja; G – dieta com 25% de glicerina em substituição ao milho e FAG: dieta com 10% de farelo de amendoim e 12,5% de glicerina. A relação volumoso:concentrado foi de 40:60 e silagem de milho utilizada como volumoso. As dietas possuíam valores semelhantes de proteína bruta e energia metabolizável (17,47 % e 2,72 Mcal kg de matéria seca). Adotou-se delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 2 (quatro dietas e carne fresca e maturada). As dietas e a maturação não favoreceram o desenvolvimento de microrganismos na carne. Houve interação entre dietas e maturação para pH, cor, perda de peso na cocção (PPC) e força de cisalhamento (FC). A carne fresca dos animais alimentados com a dieta G foi mais clara em relação a carne daqueles alimentados com as dietas FA e FAG (luminosidade de 38,45, 36,21 e 37,88 respectivamente). A maturação elevou a luminosidade (37,63 para 40,87), intensidade de vermelho (15,12 para 15,93), intensidade de amarelo (2,48 para 3,42) e PPC (23,84 para 32,59%). Reduziu o pH (5,66 para 5,45), CRA (61,85 para 58,87%) e FC (22,60 para 16,95 N). Os coprodutos do biodiesel e do amendoim podem ser utilizados em substituição ao milho e ao farelo de soja na dieta de cordeiros, sem comprometer de forma negativa a qualidade da carne.Downloads
Referências
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