Epidemiologia comparativa da requeima e pinta preta da batateira sob diferentes condições ambientais e programas de aplicação de fungicida
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n5p1805Palavras-chave:
Alternaria grandis, Controle de doença, Doença foliar, Phytophthora infestans, Solanum tuberosum.Resumo
Três experimentos foram conduzidos em um campo experimental na cidade de Viçosa, localizada no estado de Minas Gerais, Brasil, para comparar epidemias de requeima (RE) (Phytophthora infestans) e pinta preta (PP) (Alternaria grandis) em diferentes condições ambientais e programas de aplicação de fungicidas. Cada experimento consistiu em dois ensaios lado a lado seguindo um delineamento de blocos casualizados com cinco tratamentos e cinco repetições. Aos 30 dias após o plantio dos tubérculos de batata do cultivar 'Ágata', as plantas das parcelas dos ensaios 1 e 2 foram inoculadas com um isolado de P. infestans (grupo de compatibilidade A2) e quatro isolados de A. grandis, respectivamente. As aplicações de fungicida foram iniciadas aos sete dias após a inoculação e repetidas em intervalos de 7 ou 15 dias. A severidade da RE e PP foi avaliada a cada dois dias e a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) foi calculada para ambas as doenças. A produtividade foi quantificada pesando os tubérculos de todas as plantas de cada parcela após a maturação. Produtividade foi convertida para kg ha-1 e a percentagem de redução da produtividade foi determinada para cada tratamento. Com base na AACPD, a severidade da RE foi maior que a severidade da PP nas três condições ambientais e refletiu na produtividade. A redução de produtividade foi de até 82 e 45% para RE e PP, respectivamente. A eficiência dos fungicidas no controle de RE e PP e as reduções na produtividade mudaram de acordo com o ambiente, indicando, portanto, a importância de usar ferramentas como um sistema de previsão para ajudar os agricultores a decidir o melhor momento para a aplicação de fungicidas.Downloads
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