Efeitos da suplementação de proteínas na resistência e resiliência de cordeiros naturalmente infectados com parasitas gastrointestinais

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da suplementação de proteínas no controle de nematoides gastrointestinais em cordeiros naturalmente infectados. Foram utilizados 60 cordeiros desmamados, com 60 dias de idade, mestiços Ile de France e Texel, divididos em três grupos (n=20) de acordo com o nível de proteína no concentrado: proteína baixa (PB; 8,5%), proteína moderada (PM; 15%) e alta proteína (AP; 25%). A quantidade diária de concentrado oferecida foi baseada em 3% do peso vivo, que se manteve ao longo do período experimental de 98 dias. As avaliações foram realizadas quinzenalmente a partir do dia 0 (D0) ao dia 98 (D98). Não houve diferença (p > 0,05) no peso médio dos grupos BP, MP e AP, iniciando em D0 com 22,0 kg, 21,4 kg e 21,1 kg, e finalizando em D98 com 46,4 kg, 48,3 kg, 48,2 kg, respectivamente. Não houve diferença significativa (p > 0,05) no ganho médio de peso diário entre os diferentes grupos (PB, 250 g; PM e AP, 276 g). A contagem média de ovos por grama de fezes (opg) do grupo PB no D98 (6.665 opg, aumento de 5.690 opg em relação ao D0) foi maior que a dos grupos PM e AP (1.617,5, p < 0,05 e 3.435, p > 0,05, respectivamente), que permaneceu constante ao longo do estudo. Os valores de hematócrito diminuíram (p < 0,05), do D0 para D98, apenas no grupo PB. Somente no grupo AP (p < 0,05), a concentração sérica de proteína total aumentou do D0 (5,3 g dL-1) para D98 (5,8 g dL-1). O nível médio de albumina no D98 (2,10 g dL-1) foi menor do que no D0 (2,52 g dL-1) no grupo PB (p < 0,05). Durante o estudo, 10 cordeiros no total foram tratados com antihelmínticos, pois os valores de opg excederam 10.000; seis cordeiros tratados eram do grupo PB, três do grupo AP e apenas um do grupo PM. Estes resultados indicam que a suplementação com 15% de proteína aumenta a resistência e a resiliência dos cordeiros aos parasitas gastrointestinais.