Cisticercose bovina: levantamento retrospectivo na Região Serrana de Santa Catarina, Brasil

Autores

  • Mayckon Antonio Cardoso Padilha Médico Veterinário da Prefeitura Municipal de Lages
  • Gefferson Wasen Médico Veterinário Autônomo
  • Daniela Barp Coffy Universidade Federal de Santa Catarina
  • Antonio Pereira de Souza Universidade Federal de Santa Catarina
  • Anderson Barbosa de Moura Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2018v39n3p1091

Palavras-chave:

Bovinos de corte, Cysticercus bovis, Taenia saginata, Ocorrência, Santa Catarina.

Resumo

A cisticercose bovina é uma doença de ampla distribuição geográfica, diagnosticada diariamente nos frigoríficos, e que causa impacto tanto na produção animal quanto na saúde pública, consequência do parasitismo por Taenia saginata. Com o objetivo de investigar a ocorrência da cisticercose bovina na região serrana do estado de Santa Catarina, Brasil, foi realizado um levantamento retrospectivo de ocorrência da cisticercose bovina, no período de 2003 a 2013, por meio da tabulação e análise dos registros da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), de bovinos abatidos sob regime de inspeção estadual em Lages, SC. Os dados foram analisados através do Teste do Qui-Quadrado (P ? 0,05), para correlacionar os resultados observados com as variáveis analisadas. Os animais foram provenientes dos 18 municípios que integram a Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES). Dos animais abatidos no período, 7,06% (1.698/24.055) apresentaram cisticercos, na inspeção visual. Do total de cistos 25,79% e 74,20% foram classificados como viáveis ou calcificados, respectivamente. Os órgãos mais frequentemente parasitados foram cabeça, com 876 positivos (51,59%) [dos quais 321 estavam viáveis (36,64%) e 555 inviáveis (63,36%)], e coração com 641 notificações (37,75%) [sendo 54 cisticercos viáveis (8,42%) e 587 inviáveis (91,58%)], seguidos de localização generalizada, língua e diafragma com 4,48%, 3,71% e 2,47%, respectivamente. Não foi observada correlação (P > 0,05) entre sexo ou idade com a positividade e a localização dos cistos. Diferença estatística foi observada entre anos avaliados (P < 0,01), tendo a ocorrência variado de 4,58% (2005) a 9,94% (2013), indicando um aumento dos registros ao longo do tempo. Foi verificada correlação (P < 0,01) entre a ocorrência de cisticercose e a procedência dos animais assim como entre a viabilidade dos cistos e sua localização. A ocorrência da cisticercose bovina na região serrana de Santa Catarina é alta e alarmante, que pode levar a perdas econômicas e colocar em risco a saúde da população, necessitando uma maior atenção do poder público e a tomada de medidas que visem seu controle.

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Biografia do Autor

Mayckon Antonio Cardoso Padilha, Médico Veterinário da Prefeitura Municipal de Lages

M.e, Médico Veterinário da Prefeitura Municipal de Lages, SC, Brasil.

Gefferson Wasen, Médico Veterinário Autônomo

Médico Veterinário Autônomo, Lages, SC, Brasil.

Daniela Barp Coffy, Universidade Federal de Santa Catarina

Discente, Curso de Graduação em Medicina Veterinária do Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Antonio Pereira de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dr., Visitante Sênior, Instituto Federal Catarinense, Campus de Araquari, e Professor Voluntário do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal do Centro de Ciências Agroveterinárias, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Anderson Barbosa de Moura, Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dr., Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal do Centro de Ciências Agroveterinárias, UDESC, Lages, SC, Brasil.

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Publicado

2018-05-04

Como Citar

Padilha, M. A. C., Wasen, G., Coffy, D. B., Souza, A. P. de, & Moura, A. B. de. (2018). Cisticercose bovina: levantamento retrospectivo na Região Serrana de Santa Catarina, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 39(3), 1091–1098. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2018v39n3p1091

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