Influência da profundidade de semeadura e da quantidade de palha de cana-de-açúcar na emergência de Chloris polydactyla e Eleusine indica e controle por herbicidas aplicados em pré-emergência

Resumo

Objetivou-se com esse trabalho avaliar o efeito da profundidade de semeadura e da quantidade de palha de cana-de-açúcar sobre o solo na emergência de Chloris polydactyla (capim-branco) e Eleusine indica (capim pé-de-galinha), assim como determinar a eficácia de herbicidas aplicados em pré-emergência no controle dessas espécies, sob diferentes quantidades de palha e regimes de precipitação pluvial. Os experimentos foram realizados no delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. No primeiro experimento foram avaliadas seis profundidades de semeadura (0,5; 1; 2; 4; 8 e 10 cm) e seis quantidades de palha de cana-de-açúcar (0; 1; 2; 4; 8 e 10 t ha-1) na emergência de capim pé-de-galinha e capim-branco, em esquema fatorial 6 x 6. No segundo experimento foi avaliada a eficácia de cinco tratamentos no controle dessas espécies: indaziflam, metribuzin, tebuthiuron, indaziflam + metribuzin e indaziflam + tebuthiuron e uma testemunha sem herbicida, aplicados em pré-emergência sobre quatro quantidades de palha (0; 1; 2 e 4 t ha-1), em esquema fatorial 6 x 4. Este experimento foi avaliado sob dois regimes pluviais em experimentos separados (simulação de chuva de 20 mm a 1 ou 10 dias após a aplicação dos herbicidas). O capim-branco apresentou redução acentuada da emergência a partir de 2 t ha-1 de palha e 2 cm de profundidade de semeadura. Para o capim pé-de-galinha a queda na emergência ocorreu principalmente a partir de 4 t ha-1 de palha e 4 cm de profundidade de semeadura. Apenas algumas plantas do capim pé-de-galinha emergiram nas maiores profundidades de semeadura (8 e 10 cm) e quantidades de palha (8 e 10 t ha-1). Não houve emergência do capim-branco nessas condições. Os tratamentos com semeadura a 1 cm de profundidade e com 0, 1, 2 e 4 t ha-1 foram os que proporcionaram a maior porcentagem de emergência das espécies. O herbicida indaziflam aplicado isoladamente foi o único tratamento ineficaz para o controle das plantas daninhas, independentemente da quantidade de palha e regime hídrico. Concluiu-se que o aumento da profundidade de semeadura e da quantidade de palha reduz significativamente a emergência das espécies, sendo que a presença de palha e o período seco interferem na eficácia dos herbicidas.