Senciência, bioética e bem estar animal: conceitos que necessitam ser discutidos no ensino superior para mudar o paradigma na forma de ensinar e pesquisar
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2015v36n6p4031Palavras-chave:
Bem-estar animal, Bioética animal, Experimentação animal, 3Rs, Métodos alternativos.Resumo
Este trabalho investigou o conhecimento dos estudantes de Medicina Veterinária e de Ciências Biológicas, da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Luiz Meneghel, sobre as diretrizes éticas e legais da experimentação animal, bem como a possibilidade de substituição dos animais sencientes no ensino e na pesquisa. Foram entrevistados 162 discentes, dentre os quais ingressantes e concluintes dos referidos cursos, com idade entre 17 e 32 anos. No final do período letivo, concluindo as disciplinas curriculares do primeiro ou do último ano, os discentes responderam a perguntas objetivas e subjetivas, que foram analisadas por estatística descritiva. Observou-se que aproximadamente 87% dos discentes desconheciam os conceitos dos “3Rs” e que 81,5% desconheciam métodos alternativos que poderiam substituir o uso de animais vivos em estudos; apenas 24,7% afirmaram ter estudado bioética ao longo da graduação. Contudo, 94,3% e 96,2% dos discentes, respectivamente, de Medicina Veterinária e de Ciências Biológicas consideraram importante a oferta periódica de disciplina optativa que abordasse o bem estar animal e a bioética. Os resultados demonstraram, inclusive dentre os formandos, desconhecimento das diretrizes éticas e legais que norteiam o uso do animal em experimentos didático-científicos e que ainda há grande resistência na substituição de modelos animais. Assim, no ensino superior é importante manter na grade curricular, mesmo que de forma optativa, disciplina que aborde a bioética e o bem-estar animal e que propicie ampla discussão e reflexão sobre o tema. Além disso, não menos importante, é necessário maior envolvimento dos docentes, abordando o assunto em todas as disciplinas do curso, quando for oportuno. Com isto, esperar-se-á maior racionalização dos modelos animais, tanto no ensino quanto na pesquisa e maior conhecimento por parte dos discentes, quer sejam calouros ou formandos. Desta forma, o desenvolvimento sustentável e humanitário do ensino superior poderá refletir na formação de profissionais mais conscientes e éticos, perspectivas estas que devem ser tidas como meta na educação nacional.
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