Viver e pensar a docência em história diante das demandas sociais e identitárias do século XXI
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2015v21n2p31Palabras clave:
Ensino de História, Formação de Professores, Demandas SociaisResumen
Este artigo discute os desafios enfrentados pelo professor de História, diante de algumas das demandas sociais e identitárias do século XXI, em especial em relação ao diálogo intercultural, ao patrimônio cultural e aos passados imaginados nas mídias. O objetivo principal é refletir sobre o papel da formação acadêmica do professor de História diante destas problemáticas. Dialoga-se com perspectivas teóricas sobre formação de professores, memória e História, a partir de Antonio Nóvoa, Andreas Huyssen, Hayden White, entre outros, articuladas com experiências, observações e pesquisas desenvolvidas pelos autores. Argumenta-se que o ensino de História hoje consiste numa prática muito diversa em relação a tempos anteriores, uma vez que as demandas que a sociedade tem colocado aos currículos e ao papel dos professores se multiplicam e estão ligados a movimentos sociais, étnicos e culturais muito singulares, que questionam as relações entre historiografia, memória, identidades e sentidos na aula de História. Estes questionamentos demonstram a complexidade do trabalho docente dentro e fora da sala de aula, que extrapola a ideia de adaptação metodológica do conhecimento histórico acadêmico e se concretiza nas propostas de problematização e de diálogo entre muitas histórias e muitos passados.
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