Narrativas conservadoras e o sequestro do futuro: os materiais de Educação Moral e Cívica (1971)
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2021v27n2p100Palavras-chave:
Moral e Cívica, Ensino de História, História dos ConceitosResumo
O presente artigo faz uma leitura crítica dos materiais de Educação Moral e Cívica produzidos no contexto da ditadura militar. Selecionei dois volumes para a realização deste artigo, cada um deles destinados a públicos juvenis distintos (equivalentes ao que chamaríamos hoje de ensino fundamental e médio): o Moral e Cívica de Nélson Barbosa e Educação Moral e Cívica na escola Média de Edília Coelho Garcia. Ambas as publicações são de 1971– contexto histórico conhecido pelo seu embrutecimento autoritário. Selecionei para essa investigação os conceitos de cidadania, desenvolvimento, progresso, nacionalismo, patriotismo, democracia, modernidade, civismo, “raças” – identidades étnicas, mais precisamente– e nação. Entendendo-os como materiais que produzem um sentido temporal e pedagógico para jovens alunos, enquadro-os não somente como materiais didáticos, mas também como artefatos culturais de ensino de uma “filosofia da história”, uma vez que os materiais de Moral e Cívica buscam oferecer uma substância prático-temporal para os conceitos da modernidade brasileira e seus aspectos culturais. Percebe-se que a seleção dos conceitos tem como pressuposto sua historicidade moderna. Algo que, portanto, me levou a refletir sobre o lugar da experiência europeia e ocidental na narrativa desses materiais.
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