História da educação especial brasileira (1854-1956): a inteligência e as iniciativas de saúde pública e privada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2238-3018.2020v26n2p497

Palavras-chave:

Testes de Inteligência, Altas Habilidades/Superdotação, Educação Especial, História da Educação, Alto Potencial Intelectual Escolar

Resumo

O objetivo deste estudo bibliográfico sobre Altas Habilidades/Superdotação é explicitar relações entre saúde e educação previstas na legislação educacional da primeira fase da história da Educação Especial brasileira (1854-1956) da classificação proposta por Mantoan. Utiliza conceitos de Renzulli e Adda ao descrever o alto potencial intelectual escolar, decorrente da inteligência acima da média do aluno, em comparação com outros indivíduos de sua faixa etária, verificada por testes de inteligência e anamnese. No entanto, a trajetória escolar harmoniosa costuma exigir acompanhamento multidisciplinar, oferecido pelas iniciativas de saúde pública e privada, muitas vezes, combinadas. Nesse sentido, são apresentadas propostas de Antipoff e Kaseff para estimular o desenvolvimento destes alunos, então denominados supernormais. Em conclusão, o artigo oferece uma síntese de práticas políticas e pedagógicas que atestam a coexistência da assistência pública à infância e da iniciativa privada para os jovens com alto potencial intelectual escolar, no período estudado.

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Biografia do Autor

Alice Marc, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS.

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Publicado

2020-12-13

Como Citar

Marc, A. (2020). História da educação especial brasileira (1854-1956): a inteligência e as iniciativas de saúde pública e privada. História & Ensino, 26(2), 497–518. https://doi.org/10.5433/2238-3018.2020v26n2p497

Edição

Seção

História da Educação