Artvismo urbano: as novas figurações políticas dos feminismos latino-americanos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-9126.2015v9n17p196

Palavras-chave:

América Latina, Militância, Gênero, Feminismo.

Resumo

Este artigo propõe tecer uma breve apresentação a respeito das intervenções estéticas e culturais urbanas de grupos feministas do Brasil, Argentina e Bolívia, que emergiram entre o final da década de 1980 e início dos anos 1990, os quais constroem críticas sobre as relações de poder que atravessam o cotidiano das mulheres. Desde os anos de 1970, artistas e coletivos feministas adotaram a “arte ativista”, isto é, performances artísticas e intervenções culturais como forma de militância. Por meio de diversos elementos estéticos, como apresentações de teatros, afiches, painéis, publicações, grafites, entre outros, estes grupos têm ocupado e ressignificado os espaços públicos inovando a bandeira do “pessoal é político”. Portanto, essas organizações têm atualizado o imaginário cultural sobre temas inerentes aos feminismos latino-americanos como a violência de gênero, a autonomia sobre o corpo, a homofobia e as questões étnicas. Deste modo, a proposta pretende cartografar a experiência de três grupos latino-americanos, a saber: As Loucas de Pedra Lilás (Brasil), Mujeres Creando (Bolívia) e Mujeres Públicas (Argentina), no intuito de compreender como estes têm construído novos significados para a ocupação do espaço público, bem como problematizado as construções identitárias e os direitos adquiridos no período de redemocratização de seus países.

Biografia do Autor

Júlia Glaciela da Silva Oliveira, Universidade Estadual de Londrina

Graduada em História - Universidade Estadual de Londrina, doutoranda em História Social pela Universidade de São Paulo.

Referências

BARBOSA SÁNCHEZ, A. Sexo y conquista. México: CCYDEL – UNAM, 1994.

CANCLINI, N. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2008.

CARNEIRO, R. G. Em busca do sol: o direito, o conflito e o teatro do oprimido. São Paulo: Annablume, 2012.

FELSHIN, Nina. But it is Art? The Spirit of Art as Activism. Seattle: Bay Press, 1996.

FRANCO, J. Invadir el espacio público, transformar el espacio privado. Debate Feminista, Año 4, v. 8, sep. 1993.

GADOTTI, M. Teatro do oprimido e educação. Metaxis: informativo do Centro de Teatro do Oprimido, CTO-Rio, Rio de Janeiro, n. 3, nov. 2007.

GARCIA, L. T. Teatro feminista: uma abordagem sobre as teorias, as práticas e a experiência. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Departamento de Artes Cênicas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.

GARCIA, S. Teatro da militância. São Paulo: Perspectiva, 1990.

GARGALLO, F. Feminismo Latinoamericano. Revista Venezolana de Estudios de la Mujer, Caracas, ene.-jun., v. 12, n. 28, 2007.

GITAHY, C. O que é graffiti. São Paulo: Brasiliense, 1999.

GRANET, Ilona. Curb your animal instinct. 1980. Disponível em: http://ilonagranet.blogspot.com.br/p/street-signs.html. Acesso em: 8 jul. 2014.

GRAYZEL, S. Women's Identities at War: Gender, Motherhood and Politics in Britain and France during First World War. Chapel Hill: University of Carolina Press, 1999.

ISAAK, Jo Anna. Feminism & Contemporary Art: The Revolutionary Power of Women´s Laughter. Rutledge: London and New York, 1996.

LAURETIS, Teresa. The violence of Rhetoric. IN: LANCASTER, Roger; LEONARDO, di Micaela (Org.). The Gender/Sexuality Reader. Culture, History, political economy. Routledge: New York, 1997.

LONGONI, A.; MESTMAN, M. Del Di Tella a “Tucumán Arde”: vanguardia artística y política en el 68 argentino. Buenos Aires: Eudeba, 2008.

LOUCAS DE PEDRA LILÁS. Peça Mamy Blue. Jaboatão, 2001. Disponível em: http://www.loucas.org.br. Acesso em: 8 jul. 2014.

LOUCAS. Disponível em: http://www.loucas.org.br/clips_videos.htm. Acesso em: 29 set. 2013.

MUJERES CREANDO. Disponível em: http://www.mujerescreando.org. Acesso em: 8 jul. 2014.

MUJERES PÚBLICAS. Disponível em: http://www.mujerespublicas.com.ar/ Acesso em: 17 set. 2013.

MUJERES PÚBLICAS. Estampita. 2004. Disponível em: http://www.mujerespublicas.com.ar. Acesso em: 8 jul. 2014.

MUJERES PÚBLICAS. Té taz e série trofeo de guerra. 2006 e 2007. Disponível em: http://www.mujerespublicas.com.ar. Acesso em: 8 jul. 2014.

NAHOUM-GRAPPE, V. Estupros: uma arma de guerra. In: TREINE, S. (Coord.). O Livro negro da condição das mulheres. Trad. Nícia Bonatti Rio de Janeiro: DIFEL, 2011.

PEDRO, J., WOLFF, C. (Org.). Feminismo e ditaduras no cone Sul. Florianópolis: Mulheres, 2010.

PÉREZ, J.; LIDA, C.; LINA, L. Del Centario ao Bicentenario: artes visuais lecturas, problemas y discusiones en el arte argentino del último siglo (1910-2010). Buenos Aires: Edições do Centro Cultural de Cooperación/Fondo Nacional de las Artes, 2010.

PÉREZ, Juan; LIDA, Cecilia; LINA, Laura. Del Centario ao Bicentenario: Artes Visuais. Lecturas, problemas y discusiones en el arte argentino del último siglo (1910-2010). Buenos Aires: Edições do Centro Cultural de Cooperación/Fondo Nacional de las Artes, 2010.

QUESADA, Blanca F. Nuevos lugares de intención: intervenciones artísticas en el espacio urbano como una de las saídas a los circuitos convencionales Estados Unidos 1965-1995. 2004. Tesis (Doctorado) – Unvierstat de Barcelona, Barcelona.

RAGO, M. Poéticas e Políticas das indígenas bolivianas. In: RAGO, M.; MURGEL, A. C. Paisagens e tramas: o gênero entre a história e a arte. São Paulo: Intermeios, 2013.

RIAL, C. Guerra de imagens e imagens da guerra: estupro e sacrifício na Guerra do Iraque. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 1, n. 15, 2007.

RIAL, C. Guerra de imagens e imagens da guerra: estupro e sacrifício na Guerra do Iraque. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 280, jan./abr. 2007.

RIOS, V. Escena de Avanzada or the Possibilities of a Lain American Avant Garde. In: The Second International Conference on the Arts in society. Kassel, Germany. August, 2007. Disponível em: http://a07.cgpublisher.com/proposals/115/index_html. Acesso em: 17 jun. 2015.

ROUSSO, H. Sobre a história do tempo presente: Entrevista com o historiador Henry. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v.1, n. 1, p. 201-216, jan./jun. 2009.

RUSSO, M. Female grotesques: carnival and theory. In: LAURETIS, T. (Org.). Feminist studies/ critical studies. Londres: Macmillan, 1986.

SEGATO, Rita. Guerra no corpo: ser mulher na América Latina. Jun. 2009, Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/24049- guerra-no-corpo-ser-mulher-na-america-latina. Acesso em: 24 mar. 2015.

SEGATO, Rita. Território, soberania e crimes de segundo estado: a escritura nos corpos das mulheres de Ciudad Juarez. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 13 n. 2, maio/ago. 2005.

SOIETH, R. A conquista do espaço público. In: PINSKY, C.; PEDRO, J. (Org.). Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012. p. 218-237.

SWAIN, Navarro Tania. Os limites do corpo sexuado: diversidade e representação social. Revista Labrys Estudos Feministas, n. 13, 2008.

SWAIN, T. N. O Grande Silêncio: a violência da diferença sexual. In: STEVES, C. et. aL. (Org.). Gênero e Feminismos: convergências (in)disciplinares. Brasília: Ex Libris, 2010.

VARAS, Paulina. De la vanguardia artística chilena a la circulación de la Escena Avanzada. Disponível em: http://icaadocs.mfah.org/icaadocs/Portals/0/ WorkingPapers/No1/ Paulina%20Varas.pdf. Acesso em: 15 set. 2013.

VIRREIRA, Helen. Mujeres creando, feminismo de luchas concretas. 2009. Disponível em: http://www.mujerescreando.org/pag/articulos/2009/06- junio/mujerescreando.htm. Acesso em: 17 set. 2013.

WOLFF, Janet. Women at the Whitney, 1910-30: Feminism/Sociology/Aesthetics. Modernism/Modernity, n. 6.3, p. 117-138, 1999.

Downloads

Publicado

2015-07-31

Como Citar

Oliveira, J. G. da S. (2015). Artvismo urbano: as novas figurações políticas dos feminismos latino-americanos. Domínios Da Imagem, 9(17), 196–217. https://doi.org/10.5433/2237-9126.2015v9n17p196

Edição

Seção

Artigos gerais