Uma utopia oitocentista: igualdade, trabalho e estado em uma sociedade imaginada por Edward Bellamy

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2017v10n20p919

Palavras-chave:

Literatura utópica, Sociedades imaginárias, Igualdade, Bellamy

Resumo

Este artigo examina a literatura utópica do século XIX, abordando mais diretamente, e em maior profundidade, a sociedade imaginária idealizada por Edward Bellamy no romance Olhando para Trás (1888). Esta análise mais específica é precedida por uma breve introdução à literatura utópica desde o século XVI – recuperando comparativamente proposições de autores como Thomas Morus, Campanella, Francis Bacon, Fourier, Saint-Simon, e Robert Owen –, além de uma discussão teórica sobre os modelos de distribuição da igualdade, neste caso considerando as reflexões de Norberto Bobbio e Amartya Sen sobre este tema. O romance de Bellamy é abordado em seu contexto, e justifica-se por envolver uma ponte entre literatura e sociedade, particularmente considerando que esta obra despertou grande interesse de leitores da época e mesmo a motivação para a realização de experiências utópicas específicas.

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Biografia do Autor

José D'Assunção Barros, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Professor colaborador da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

01-12-2017

Como Citar

BARROS, José D’Assunção. Uma utopia oitocentista: igualdade, trabalho e estado em uma sociedade imaginada por Edward Bellamy. Antíteses, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 919–942, 2017. DOI: 10.5433/1984-3356.2017v10n20p919. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/26117. Acesso em: 21 nov. 2024.