Reflexões sobre as ditaduras do Cone Sul como projetos de refundação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2015v8n15espp132

Palavras-chave:

Ditaduras cívico-militares, América Latina, Cone Sul, Projetos de refundação

Resumo

As ditaduras foram instaladas a partir de um diagnóstico comum, segundo o qual haveria um círculo de radicalização que inexoravelmente nos levaria ao comunismo, que era preciso romper. Primeiro abruptamente, por meios repressivos; então, em uma tarefa de longo prazo, ele teve que ser exorcizado por meio de transformações estruturais, em todas as esferas da vida social, de modo que não pudesse se reproduzir e, assim, reconstituir um tecido que se acreditava estar irremediavelmente corrompido. Essa dupla função dos governos autoritários é conhecida, mas até hoje pouco exploramos sobre essa segunda intenção, que pretendemos desvendar em linhas gerais neste trabalho, enfocando os aspectos mais relevantes dos projetos de refundação do Brasil, do Chile e da Argentina. .A última da ditadura instituída em 1976. Com isto pretendemos mostrar as ditaduras como acontecimentos estruturais e não meras conjunturas, que produziram resultados que tiveram um impacto profundo, embora não de forma homogénea, e ainda fazem sentir as suas consequências, tendo-se remodelado nossas sociedades em maior medida, ou menos, de acordo com os casos nacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Hernán Ramírez, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

Referências

ASSIS, Denise. Propaganda e cinema a serviço do golpe: 1962-1964. Rio de Janeiro: Mauad: Ed. da FAPERJ, 2001.

BOYER, Robert y HOLLINGSWORTH, J. Rogers. From national embeddedness to spatial and institutional nestedness. In: Contemporary capitalism: The embeddedness of institutions. Cambridge: Cambridge University Press, 1997, pp 433-484.

BRISO, Joaquim Luiz Pereira Neto. O Conservadorismo em Construção: O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e as Reformas Financeiras da Ditadura Militar (1961-1966). Campinas: Tesis de Maestría, Universidade Estadual de Campinas, 2008.

CANELO, Paula. El proceso en su laberinto. La interna militar de Videla a Bignone. Buenos Aires: Prometeo, 2009.

CASTRO, Sergio de. Bases de la Política Económica del Gobierno Militar Chileno. Santiago de Chile: Centro de Estúdios Públicos, 1992.

D´ARAUJO, Maria Celina; FARIA, Ignez Cordeiro de e HIPPÓLITO, Lucía (orgs). Na periferia da história. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.

DREIFUSS, René Armand. 1964: A conquista do Estado. Ação Política, Poder e Golpe de Classe. Petrópolis: Editora Vozes, 1981.

DULLES, John W. F. Castello Branco: the making of a Brazilian president. Austin: University of Texas Press, 197, p. 391.

ERRÁZURIZ, Luis Hernán y QUIJADA, Gonzalo Leiva. El golpe estético: dictadura militar en Chile (1973-1989). Santiago de Chile: Ocholibros, 2012.

GARRETÓN, Manuel Antonio. Neoliberalismo corregido y progresismo limitado. Los gobiernos de la Concertación en Chile, 1990-2010. Santiago DE Chiles: Editorial ARCIS-CLACSOPROSPAL, 2012.

GARRETÓN, Manuel Antonio. Proyecto, trayectoria y fracaso en las dictaduras del Cono Sur. Un balance. In: CHERESKY, Isidoro e CHONCHOL, Jacques, (comps.). Crisis y transformación de os regímenes autoritarios. Buenos Aires: Eudeba, 1985.

CHIRIO, Maud. A política nos quartéis. Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

HUNEEUS, Carlos. El régimen de Pinochet, Santiago, Sudamericana, 2000.

HUNTINGTON, Samuel P. El orden político en las sociedades en Cambio. Buenos Aires: Paidós, 1992.

LINZ, Juan. Una interpretación de los regímenes autoritarios, Papers, (Revista de Sociología de la Universidad Autónoma de Barcelona, nº 8, Barcelona, Ediciones Península, 1978.

MARTINS, João Roberto Filho. O palácio e a caserna - A dinâmica militar das crises políticas na ditadura. São Carlos, SP: Edufscar, 1995.

MENDES, Ricardo Antonio Souza. Anti-reformismo e a questão social no Brasil: o golpe de 1964. In: FREIXO, Adriano de; MUNTEAL FILHO, Oswaldo (orgs.). A ditadura em debate: Estado e Sociedade nos anos do autoritarismo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005, pp. 33-78.

MORSE, Richard. El espejo de Próspero: un estudio de la dialéctica del Nuevo Mundo. México: Siglo XXI, 1982.

O’DONNELL, Guillermo. El Estado burocrático autoritario, 1966-1973: Triunfos, derrotas y crisis. Buenos Aires: Editora de Belgrano, 1982.

OPSVIK, Tor. El giro neoliberal y la escuela de Virginia. Una comparación de la evolución del proyecto neoliberal de las dictaduras refundacionales en Chile (1973-1981) y Argentina (1976-1981). In: RAMÍREZ, Hernán. O neoliberalismo sul-americano em clave transnacional: enraizamento, apogeu e crise. 1. ed. São Leopoldo: Edunisinos/Oikos, 2013, pp. 144-165.

PEREIRA, Anthony W. Ditadura e repressão. O autoritarismo e o estado de direito no Brasil, no Chile e na Argentina. Petrópolis: Vozes: 2009.

PRESOT, Aline Alves. As Marchas da família com Deus pela liberdade. Dissertação de Mestrado, Universidad Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

RAMÍREZ, Hernán. Os institutos de estudos econômicos de organizações empresariais e sua relação com o Estado em perspectiva comparada: Argentina e Brasil, 1961-1996. Porto Alegre: Tesis de Doctorado, UFRGS, 2005.

RAMÍREZ, Hernán. Corporaciones en el poder. Institutos económicos y acción política en Brasil y Argentina: IPÊS, FIEL y Fundación Mediterránea. Buenos Aires: Lenguaje claro Editora, 2007.

RIOS, José Arthur. Os grupos de pressão na Guanabara. In: CAVALCANTI, T. e DUBNIC, R., ed. Comportamento eleitoral no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 1964, p. 149.

SAUNDERS, Frances Stonor, Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da Cultura. Editora Record, 2008.

SERVETTO, Alicia. 73/76. El gobierno peronista contra las “provincias montoneras. Buenos Aires: Siglo XXI editores, 2010.

SIDICARO, Ricardo. Coaliciones golpistas y dictaduras militares: el “Proceso” en perspectiva comparada. In: PUCCIARELLI, Alfredo (coord.), Empresarios, tecnócratas y militares. La trama corporativa de la última dictadura. Buenos Aires: Siglo XXI, 2004, pp. 53-96.

SIDICARO, Ricardo. El Régimen Autoritario de 1976: Refundación Frustrada y Contrarrevolución Exitosa. In: TCACH, César e QUIROGA, Hugo. A Veinte Años del Golpe. Con Memoria Democrática. Homo Sapiens: Rosario, 1996.

SOUZA, Maria Inêz Salgado de. Os empresários e a educação: o IPES e a política educacional após 64. Petropolis: Vozes, 1981.

STARLING, Heloisa Maria Murgel. Os senhores das gerais: os novos inconfidentes e o golpe de 1964. Petrópolis: Editora Vozes, 1986.

TOURAINE, Alain. América Latina. Política y sociedad. Madrid: Espasa-Calpe, 1989.

VALDIVIA, Verónica. El golpe después del golpe. Leigh vs Pinochet (1960-1980). Santiago: Lom, 2003.

VALDIVIA, Verónica. Nacionales y gremialistas. El “parto” de la nueva derecha política chilena, 1964-1973. Santiago: Lom, 2008.

Publicado

22-11-2015

Como Citar

RAMÍREZ, Hernán. Reflexões sobre as ditaduras do Cone Sul como projetos de refundação. Antíteses, [S. l.], v. 8, n. 15esp, p. 132–159, 2015. DOI: 10.5433/1984-3356.2015v8n15espp132. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/21045. Acesso em: 21 nov. 2024.