Rudolf Brazda e o Parágrafo 175: A luta de um prisioneiro homossexual nos campos de concentração

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2018v11n22p709

Palavras-chave:

Homossexualidade, Homofobia, Segunda guerra, Nazismo, Campos de concentração

Resumo

O presente artigo busca apresentar as experiências do prisioneiro de guerra Rudolf Brazda, que por ser homossexual foi enviado ao campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha Nazista. O início do século XX, abarcado pela concepção dos movimentos eugênicos – influenciados pelo darwinismo social – permitiu eventos segregativos e deu amplo poder ao desenvolvimento de políticas preconceituosas, tornando arbitrárias as condenações. Neste contexto, Brazda teve sua liberdade civil violada pelo regime totalitário de Hitler, baseando-se no Parágrafo 175 do Código Penal Alemão, que condenava a homossexualidade masculina no espectro de condenações luxuriosas, passíveis de condenação e recuo de cidadania, obrigando o mesmo a permanecer detido durante 32 meses em um ambiente de exposição dos ideais totalitaristas propagados pelo governo alemão. Por fim, ao abordar a biografia de Brazda, pretende-se expor os possíveis avanços na política internacional de defesa dos direitos humanos, com o surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proposta pela ONU, que visa manter a paz e ajustar garantias e deveres essenciais para a preservação dos indivíduos e reconhecimento diplomático de sua dignidade.

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Biografia do Autor

Luana Pagano Peres Molina, Universidade Norte do Paraná

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Docente Adjunto da Universidade Norte do Paraná.

Lucas de Melo Andrade, Instituto Federal do Paraná

Mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto. Docente do Instituto Federal do Paraná.

Pedro Arthur Passos da Silva, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Graduando em Direito na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

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Publicado

30-01-2019

Como Citar

MOLINA, L. P. P.; ANDRADE, L. de M.; SILVA, P. A. P. da. Rudolf Brazda e o Parágrafo 175: A luta de um prisioneiro homossexual nos campos de concentração. Antíteses, [S. l.], v. 11, n. 22, p. 709–726, 2019. DOI: 10.5433/1984-3356.2018v11n22p709. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/33443. Acesso em: 28 mar. 2024.