Transformações da Paisagem e a Memória em Camorim
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n14p171Palabras clave:
Memória, Patrimônio, Paisagem, Restauração, MudançaResumen
Um importante elemento identitário para os habitantes do bairro Camorim é a capela de São Gonçalo de Amarante construída em 1625, ícone da arquitetura rural colonial do Rio de Janeiro e tombada como patrimônio estadual em 1965. A igreja e a paisagem que a rodeia têm passado pelas modificações que o tempo e as atividades humanas e não humanos lhe imprimem. O interesse e empenho da comunidade católica do bairro na restauração da capela no final da década de 1990 e as atuais apropriações simbólicas do espaço circundante da igreja por parte de um grupo quilombola oferecem um marco para explorar as relações que se tecem entre memória, mudança, materialidade e paisagem. O cenário de fundo são as abruptas transformações urbanísticas que vêm acontecendo na região, alvo da expansão urbana carioca e as inquietações que dito momento desperta nos habitantes do bairro.Descargas
Citas
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