A ficção entre a história e o testemunho
panorama da ficção histórica recente sobre a Força Expedicionária Brasileira (2008 – 2019)
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2024v17n34p203-233Palavras-chave:
Força Expedicionária Brasileira, Literatura brasileira contemporânea, Ficção histórica, Cinema brasileiro contemporâneo, Literatura, história e memóriaResumo
A campanha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial tem sido, ao longo das últimas décadas, objeto de vasta produção historiográfica, memorialística e crítica, tanto na academia quanto na indústria cultural. Contudo, há uma notável escassez de produções ficcionais recentes a respeito do assunto. Este trabalho propõe um mapeamento panorâmico das obras de ficção histórica literária e cinematográfica sobre a FEB produzidas no século XXI. Esse mapeamento inclui os romances Uma vez na Itália (2008), de Helton Costa, Os Heróis Esquecidos (2013), de Matheus Prado, Amor entre guerras (2015), de Marianne Nishihata, a coletânea de contos II Guerra Mundial: A cobra vai fumar (2019), organizada por Alec Silva, o curta-metragem Heróis, dirigido por Guto Aeraphe e os longas-metragens A Estrada 47 (2015), dirigido por Vicente Ferraz e Homens da Pátria (2015), dirigido por Gastão Coimbra. O trabalho apresenta uma leitura crítica de cada obra e propõe uma reflexão teórica sobre a presença do discurso testemunhal nessas produções, à luz das teorias de Aleida Assmann (2011), Paul Ricœur (2007) e Jerome de Groot (2016).
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