A crítica cinematográfica como campo de disputa política no Uruguai: a repercussão do documentário Elecciones (Mario Handler / Ugo Ulive, 1967)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2017v10n19p475

Palavras-chave:

Semanário Marcha, Documentário uruguaio, Crítica cinematográfica, Política cultural, Autoritarismo

Resumo

Analisamos o contexto de produção e a repercussão do documentário uruguaio Elecciones (Mario Handler/Hugo Ulive, 1967) nas páginas do semanário Marcha. Esse periódico exerceu importante papel de agente de política cultural, consolidando um circuito cultural de esquerda no Uruguai, em um contexto de franco acirramento do autoritarismo. Demonstramos que a polêmica em torno do documentário desencadeou uma série de debates e críticas na imprensa que extrapolaram o universo cinematográfico, revelando, também, o alcance da atuação da direção de Marcha na cena cultural montevideana. O filme se mostra, ainda, como documento histórico privilegiado para a compreensão dos dilemas políticos daquele momento, e do impasse vivido pela própria direção do jornal, entre a defesa incondicional da democracia e a descrença nas vias institucionais como possibilidade real de saída da crise política e econômica vigente no país.

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Biografia do Autor

Mariana Martins Villaça, Universidade Federal de São Paulo

Mestra, doutora e pós-doutora em História pela Universidade de São Paulo. Professora da Universidade Federal de São Paulo.

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Publicado

28-07-2017

Como Citar

VILLAÇA, Mariana Martins. A crítica cinematográfica como campo de disputa política no Uruguai: a repercussão do documentário Elecciones (Mario Handler / Ugo Ulive, 1967). Antíteses, [S. l.], v. 10, n. 19, p. 475–495, 2017. DOI: 10.5433/1984-3356.2017v10n19p475. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/23757. Acesso em: 22 dez. 2024.