A história como heterologia: do conceito de história em Michel de Certeau

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2012v5n10p903

Palavras-chave:

Historiografia, Michel de Certeau, Heterologia

Resumo

Desde a publicação de L’écriture de l’Histoire (1975) Michel de Certeau marcou o debate de seu tempo e aqueles que se seguiram em torno da prática do historiador. Particularmente seu texto “A Operação Historiográfica” constitui parte do corpo de referências quase obrigatório em cursos de teoria e metodologia nas graduações e pós-graduações em história no Brasil atualmente. Com uma bibliografia relativamente grande de comentários à sua obra ter surgido após sua morte em 1986, pode-se observar uma das consequências mais imediatas da dificuldade de situá-lo em um ponto específico do campo historiográfico: comentadores diferentes construíram vários “Certeaus” diferentes ao longo desses últimos 26 anos. Mesmo que este trabalho não escape a essa sina, meu objetivo nesta dissertação é bastante específico: o que Certeau entende quando diz que a história é uma heterologia? Ou, em outras palavras, o que significa e quais as consequências de se tratar o conhecimento do passado como um conhecimento em relação ao Outro? A leitura de L’écriture de l’histoire, de 1975, e Histoire et Psychanalyse: entre science et fiction, de 1986 (em reedição aumentada e revisada em 2002), apoiada na de outros de seus livros e artigos, permite afirmar com alguma segurança que um dos caminhos possíveis de análise de tal perspectiva “heterológica” seria a percepção das tensões construídas na historiografia entre ciência e ficção; assim, tem-se que para Certeau a historiografia se coloca sempre como a tentativa regrada de um presente tornar inteligível aquilo que cortou de si e definiu como o Outro (o passado, ou também o Outro presente – o marginalizado, as mulheres, etc.). Assim, este trabalho se pretende um relato de viagem, para usar um termo do próprio Certeau: uma narrativa de um leitor que caminhou pelas linhas escritas e, a partir de suas fissuras, apropriou-se de alguns sentidos potenciais da obra analisada.

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Biografia do Autor

João Rodolfo Munhoz Ohara, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Mestrando em História Social pela Universidade Estadual de Londrina.

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Publicado

16-03-2013

Como Citar

OHARA, João Rodolfo Munhoz. A história como heterologia: do conceito de história em Michel de Certeau. Antíteses, [S. l.], v. 5, n. 10, p. 903–905, 2013. DOI: 10.5433/1984-3356.2012v5n10p903. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/14511. Acesso em: 5 nov. 2024.