Desfechos associados ao choque séptico na admissão em uma unidade de terapia intensiva pediátrica
DOI:
https://doi.org/10.5433/anh.2025v7.id49796Palavras-chave:
Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica, Choque Séptico, Respiração Artificial, Drogas Vasoativas, Mortalidade HospitalarResumo
Objetivo: Analisar a associação entre o diagnóstico de choque séptico na admissão e desfechos negativos em uma UTIP do Sul do Brasil. Método: Coorte retrospectiva de internações de crianças de zero a 15 anos, entre 2012 e 2017. A variável dependente foi choque séptico na admissão. Os desfechos foram jejum na admissão, diagnóstico de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), tempo de internação em UTIP e óbito. Foi realizada regressão de Poisson com variância robusta, utilizando o Statistical Package for Social Sciences (SPSS®), com ajuste progressivo de variáveis demográficas e clínicas. Foram calculados risco relativo (RR) e intervalo de confiança (IC95%), com significância de 5%. Resultados: Das 1068 internações analisadas, 112 (10,5%) tinham diagnóstico de choque séptico na admissão. Parcela significativa era procedente de outros municípios (73,2%, p=0,023), e maiores proporções de necessidade de ventilação pulmonar mecânica invasiva (92,9%, p<0,001) e uso de droga vasoativa (83,0%, p<0,001) foram observados nessa população. O choque séptico foi fator de risco para permanência em jejum após admissão (RR=1,14; IC95%: 1,07-1,21) e para a aquisição de IRAS (RR=1,67; IC 95%: 1,29-2,17). Também se associou com maior tempo de permanência sob cuidados intensivos (RR=1,3; IC 95%:1,09-1,56), considerando a mediana de quatro dias e maior risco de óbito (RR=5,76; IC:95%: 4,39-7,55). Conclusão: Reconhecer as características das crianças admitidas com choque séptico permite a identificação do perfil de paciente com maior risco de desfechos desfavoráveis.
Downloads
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (BR). RDC nº 7 de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. Diário Oficial República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília (DF): ANVISA, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html.
Mendonça JG, Guimarães MJB, Mendonça UG, Portugal JL, Mendonça CG. Profile of hospitalizations in Pediatric Intensive Care Units of the Brazilian Unified Health System in the state of Pernambuco, Brazil. Cien Saude Colet. 2019, 24:907-16. doi: 10.1590/1413-81232018243.02152017
De Souza DC, Machado FR. Epidemiology of pediatric septic shock. J. Pediatr. Intensive Care. 2019, 8(1):3-10. doi: 10.1590/1413-81232018243.02152017 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.02152017
Carlton EF, Perry-Eaddy MA, Prescott HC. Context and Implications of the New Pediatric Sepsis Criteria. JAMA. 2024, 21:E1-E4. doi: 10.1001/jama.2023.27979 DOI: https://doi.org/10.1001/jama.2023.27979
Schlapbach LJ et al. International Consensus Criteria for Pediatric Sepsis and Septic Shock. JAMA. 2024, 21:E2-E10. doi: 10.1001/jama.2024.0179 DOI: https://doi.org/10.1001/jama.2024.0179
Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, Agus MSD, Flori HR, Inwald DP, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020, 46(1):10-67. doi: 10.1007/s00134-019-05878-6 DOI: https://doi.org/10.1007/s00134-019-05878-6
Pérez DV, Jordan L, Esteban E, Gárcia-joler P, Murga V, Bonil V, et al. Prognostic factors in pediatric sepsis study, from the Spanish Society of Pediatric Intensive Care. J Pediatr Infect Dis. 2014, 33(2):152-7. doi: 10.1097/01.inf.0000435502.36996.72 DOI: https://doi.org/10.1097/01.inf.0000435502.36996.72
Wolfler A, Silvan P, Musicco M, Antonelli M, Salvo I. Incidence of and mortality due to sepsis, severe sepsis and septic shock in Italian Pediatric Intensive Care Units: a prospective national survey. Intensive Care Med. 2008, 34(9):1690-7. doi: 10.1007/s00134-008-1148-y DOI: https://doi.org/10.1007/s00134-008-1148-y
Xiao C, Wang S, Fang F, Xu F, Xiao S, Li B, et al. Epidemiology of pediatric severe sepsis in main PICU centers in Southwest China. Pediatr Crit Care Med. 2019, 20(12):1118-25. doi:10.1097/PCC.0000000000002079 DOI: https://doi.org/10.1097/PCC.0000000000002079
Souza DC, Oliveira CF, Lanziotti ZF. Pediatric sepsis research in low- and middle-income
countries: overcoming challenges. Rev Bras Ter Intensiva. 2021, 33(3):341-345. doi: 10.5935/0103-507X.20210062 DOI: https://doi.org/10.5935/0103-507X.20210062
Boeddha NP, Schapbach LJ, Driessen GJ, Herberg JA, Rivero- calle I, Cabey-lopéz M, et al. Mortality and morbidity in community-acquired sepsis in European pediatric intensive care units: a prospective cohort study from the European Childhood Life-threatening Infectious Disease Study (EUCLIDS). Crit Care Med. 2018,22(1):1-13. doi: 10.1186/s13054-018-2052-7 DOI: https://doi.org/10.1186/s13054-018-2052-7
Kamath S, Altaq HH, Abdo T. Management of Sepsis and Septic Shock: What Have We
Learned in the Last Two Decades? Microorganisms. 2023, 11(2231):1-28. doi: 10.3390/microorganisms11092231 DOI: https://doi.org/10.3390/microorganisms11092231
Tan B, Wong JJM, Sultana R, Koh JCJW, Jit M, Mok YH, et al. Global case-fatality rates in pediatric severe sepsis and septic shock: a systematic review and meta-analysis. JAMA Pediatr. 2019, 173(4):352-62. doi: 10.1001/jamapediatrics.2018.4839 DOI: https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2018.4839
Razzaque J, Muhammad N, Hamid, MH. Frequency of need for Mechanical Ventilation and Dialysis in Children with Septic Shock. JPMA. J Pak Med Assoc. 2020, 70(11):2057-60. doi: 10.5455/JPMA.36238 DOI: https://doi.org/10.5455/JPMA.36238
Cruz AT, Lane RD, Balamith F, Aronson PL, Ashby DW, Neuman MF, et al. Updates on pediatric sepsis. J Am Coll Emerg Physicians Open. 2020, 1(5):981-93. doi: 10.1002/emp2.12173 DOI: https://doi.org/10.1002/emp2.12173
Garcia PCR, Tonial CT, Piva JP. Septic shock in pediatrics: the state-of-the-art. J Pediatr (Rio J). 2020, 96:87-98. doi: https://doi.org/10.1016/j.jped.2019.10.007 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jped.2019.10.007
Stenson EK, Banks RK, Reeder RW, Maddux AB, Zimmerman J, Meert KL, Mourani PM. Fluid balance and its association with mortality and health-related quality of life:
a nonprespecified secondary analysis of the life after pediatric sepsis evaluation. Pediatr Crit Care Med. 2023, 24(10):829-839. doi: 10.1097/PCC.0000000000003294 DOI: https://doi.org/10.1097/PCC.0000000000003294
Silva YF, Tacla MTGM, Costa DCZ, Kerbauy G, Mendes PBS. Infection related to health care and sepsis in hospitalization in pediatrics. Ciênc Cuid Saúde. 2021, 20:e55782. doi: 10.4025/ciencuidsaude.v20i0.55782 DOI: https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v20i0.55782

Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Flávia de Almeida Fuzetto, Aline Aparecida Vieira, Flávia Lopes Gabani, Arnildo Linck Júnior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico esta licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, do tipo atribuição do CC-BY.
Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico.