Subjetividade e formação do leitor: o problema da ausência da leitura literária em livros didáticos do ciclo 1 do ensino fundamental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2016v31p18

Palavras-chave:

Leitura, Subjetividade, Literatura, Livro didático

Resumo

A formação do leitor exige processos de subjetivação. A leitura significativa apenas se efetiva quando é permitido ao leitor atuar por meio da subjetividade. A presença dos textos literários desde o Ciclo I do Ensino Fundamental é essencial, na medida em que se trata de campo privilegiado para o deslocamento subjetivo pela apropriação dos letramentos de prestígio. Entretanto, boa parte da ação escolar desse segmento parece desconsiderar a vinculação entre subjetividade e leitura e, consequentemente, a relevância da leitura literária na escola. Tal concepção conduz à aplicação de atividades de compreensão de textos que não comprometem a criança com a leitura em seu potencial formativo. Submetem os sujeitos à condição de leitores “funcionais”, imobilizando-os em posições discursivas construídas historicamente. Essas constatações resultam de pesquisa focada nas propostas de leitura veiculadas pelos livros didáticos de língua portuguesa do ciclo 1 do Ensino Fundamental. Este artigo alerta para a necessidade de rever os fundamentos das abordagens concernentes à formação do leitor, sobretudo no momento inaugural de sua jornada.

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Biografia do Autor

Sheila Oliveira Lima, Universidade Estadual de Londrina

Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada e doutora em Linguagem e Educação pela Universidade de São Paulo. Professora no Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da Universidade Estadual de Londrina.

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Publicado

28-12-2016

Como Citar

Lima, Sheila Oliveira. “Subjetividade E formação Do Leitor: O Problema Da Ausência Da Leitura literária Em Livros didáticos Do Ciclo 1 Do Ensino Fundamental”. Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 31, dezembro de 2016, p. 18-30, doi:10.5433/1678-2054.2016v31p18.