Movimentos sociais ambientais de Macaé (RJ) em período de predomínio da economia extrativista de petróleo: um olhar decolonial a partir da ecologia política
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-4842.2020v23n2p320Palabras clave:
Movimentos sociais ambientais. Ecologia política. Cidade colonial. Bem viver. Macaé.Resumen
A cidade de Macaé (RJ) é marcada pela predominânia da economia do petróleo desde meados da década de 1970. O artigo apresentou sinteticamente três momentos do desenvolvimento da indústriado petróleo na região do Norte Fluminense (RJ). Buscou-se identifcar movimentos ambientais da cidade e as maneiras como se expressaram relacionados com cada período. A pesquisa se fez por meio de pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas informais com sujeitos-chave na luta ambiental local. Os movimentos ambientais foram discutidos à luz das correntes do ambientalismo, conforme as definições de Joan Martinez Alier (1998, 2017), assim como a partir do campo teórico da ecologia política sob perspectivas decoloniais. No sentido que são identificados movimentos tanto urbanos como rurais, se observa características da cidade colonial e as possibilidades do bem. A pesquisa evidenciou que os movimentos presentes nas duas primeiras fases regionais do petróleo contribuíram para a formação de unidades de conservação e de um conselho municipal de meio ambiente e, no ciclo iniciado com a exploração do Pré-Sal, os movimentos avançaram na atuação em prol da agroecologia e das alianças de classes. Dessa forma, os referidos movimentos contribuem para a sensibilização da sociedade e dos poderes públicos para problemas ambientais.Descargas
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