Vozes Xakriabá:
ações participativas na Nova Cartografia Social como Metodologia Qualitativa
Palavras-chave:
Ações Participativas, Nova Cartografia Social, Metodologia Qualitativa, Terra Indígena Xakriabá, IdentidadeResumo
O presente artigo tematiza abordagens das ações participativas na Nova Cartografia Social e suas relações e implicações como metodologias qualitativas na terra indígena Xakriabá, localizada em São João das Missões, no norte de Minas Gerais-Brasil. O objetivo é promover a interdisciplinaridade das ações participativas na Nova Cartografia Social enquanto metodologia participativa com vistas a promover um diálogo entre a metodologia qualitativa e as experiências obtidas na Terra Indígena Xakriabá e nas comunidades limítrofes. A Nova Cartografia Social vai além da produção de um mapa, visto que utiliza a participação comunitária. O automapeamento e a autorrepresentação possibilitam destacar a história da comunidade, sua identidade e as dinâmicas de territorialidades. A pesquisa desenvolveu-se a partir da revisão bibliográfica especializada; estudo documental de iconografias em mapas históricos; trabalho de campo com registro fotográfico e registro de narrativas locais e discursos institucionais. No contexto interdisciplinar são apresentadas três “ações participativas”, sendo a primeira com o “reconhecimento do processo histórico”; a segunda com a “instrumentalização da espacialidade em territorialidades” e a última com as “vozes, realidades e experiências vivenciadas”. O estudo revela que a Nova Cartografia Social é um instrumento de autonomia e emancipação que fortalece a voz da comunidade na preservação da identidade, formas e soluções diante de conflitos e de resistências.
Downloads
Referências
A PRIMEIRA fronteira agrícola. Rede Cerrado, Brasília, DF, [2023]. Disponível em: https://redecerrado.org.br/historiasdocerrado/home/minas-gerais/. Acesso em: 16 dez. 2023.
ACSELRAD, H. (org.). Cartografia social e dinâmicas territoriais: marcos para o debate. 2. ed. Rio de Janeiro: IPPUR; UFRJ, 2010.
ALMEIDA, A. W. B. Terras tradicionalmente ocupadas: processos de territorialização e movimentos sociais. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, [S.IS.]: Anpur, v.6, n.1, p.9-32, 2004. Doi: https://doi.org/10.22296/2317-1529. 2004v6nlp9.
ALMEIDA, A. W. B. Nova Cartografia Social: territorialidades específicas e politização da consciência das fronteiras. Revista de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, v. 11, n. 1, p. 1-24, 2013.
BRANDÃO, C. R. A pesquisa participante e a participação da pesquisa: um olhar entre tempos e espaços a partir da América Latina. In: BRANDÃO, C. R.; STREK, D. R. (org.). Pesquisa participante: o saber da partilha. 2. ed. Aparecida: Ideias Et Letras, 2006. p. 21-54.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e tradicionais. Requerimento n. 57, de 2023. Requer realização de audiência pública externa para tratar da situação do povo indígena Xakriabá. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2023. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2306863. Acesso em: 30 set. 2024.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 2024.
CORREA, C. N. O barro, o genipapo e o giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. Revista Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais, Montes Claros, v. 10, n. 1, p. 23-42, 2018. Disponível em: https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/xat00003.pdf. Acesso em: 30 set. 2024.
ESTILLAC, B.; GUZANSHE, A. ‘A ausência do rio nos afogou’, diz líder da etnia expulsa do São Francisco. Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 3 out. 2023. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2023/10/03/interna_gerais,1570652/a-ausencia-do-rio-nos-afogou-diz-lider-da-etnia-expulsa-do-sao-francisco.shtml. Acesso em: 13 jun. 2024.
GUERRA, E. F. Organização política e segurança alimentar na sociedade Krahô. Uberlândia: EDUFU, 2008.
HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: Do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
KATUTA, Â. M. Teorias da cartografia e da representação. In: SPOSITO, E. S.; CLAUDINO, G. dos S. Teorias na geografia: avaliação crítica do pensamento geográfico. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2020. p. 483-517.
LUCIANO, G. dos S. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília, DF: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Continuada, 2006. (Educação Para Todos, 12).
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.
PESSÔA, V. L. S. Geografia e pesquisa qualitativa: um olhar sobre o processo investigativo. GEO UERJ, Rio de Janeiro, ano 14, v. 1, n. 23, p. 4-18, ago. 2012. DOI: https://doi.org/10.12957/geouerj.2012.3682.
PORTO-GONÇALVES, C. W. A reinvenção dos territórios: a experiência latino-americana e caribenha. In: CECEÑA, A. E. (Ed.). Los desafíos de las emancipaciones em un contexto militarizado. Buenos Aires: Clacso, 2006. P. 151-197. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/collect/clacso/index/assoc/D2818.dir/cecena42.pdf. Acesso em: 21 out. 2024.
RIBEIRO, A. C. T.; BARRETO, A. R. S.; LOURENÇO, A.; COSTA, L. M. C.; AMARAL, L. C. P. Por uma cartografia da ação: pequeno ensaio de método. Cadernos Ippur, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 33-52, 2001. Disponível em: https://revistas. ufrj.br/index.php/ippur/issue/viewFile/281/91. Acesso em: 29 set. 2024.
RIBEIRO, L. H. L.; SILVA, C. A. da. Cartografia da ação social e luta pelo uso do território no Brasil: contribuições à reflexão do método a partir da rede fitovida no Rio de Janeiro. Revista GEOUSP, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 485-508, 2022. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2022.187100.pt.
RIBEIRO, R. F. Florestas nas do Sertão: o cerrado na história de Minas Gerais. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. v. 1.
SANTOS, A. F. M. Do terreno dos caboclos do Sr. João à terra Indígena Xakriabá: as circunstâncias da formação de um povo: um estudo sobre a construção social de fronteiras. 1997. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 1997. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/45660. Acesso em:
SANTOS, B. de S. Uma cartografia simbólica das representações sociais: prolegómenos a uma concepção pós-moderna do direito. Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n. 24, mar. 1988. Disponível em: https://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/boaventura/boaventura1e..html. Acesso em: 23 ago. 2024.
SANTOS, M. O espaço da cidadania e outras reflexões. 2. ed. Brasília, DF: Fundação Ulysses Guimarães, 2013.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SILVA, C. A. da. Cartografia da ação social: reflexão e criatividade no contato da escola com a cidade. Tamoios, Taubaté, v. 8, n. 1, p. 25-39, 2012. DOI: https://doi.org/10.12957/tamoios.2012.3792.
SILVA, C. A. da. Cartografias e suas representações: povos e comunidades tradicionais no norte de Minas Gerais-Brasil. In: FERREIRA, G. H. C.; COSTA, L. R. F. (org.). A geografia do norte de Minas Gerais: reflexões e proposições. São Paulo: Entremares, 2022. p. 137-164.
SILVA, C. A. da. A natureza de um território no sertão do norte de Minas Gerais: a ação territoriar dos Xakriabá. 2014. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Universidade Estadual de Uberlândia, Uberlândia, 2014. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15996. Acesso em: 16 dez. 2023.
SILVA, C. A. da; SIMÕES, E. M. M.; SANTOS, V. F. dos. Experiências de trabalho de campo na terra indígena Xakriabá: histórias vivenciadas nas oralidades e representações da carta de “doação” de 1728, espacialidades e direitos. In: ENANPEGE – ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA, 15., 2023, Campina Grande. Anais [...]. Campina Grande: do XV; Campina Grande: Realize Editora, 2023. p. 1-17. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/94474. Acesso em: 16 dez 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Vanessa Ferreira dos Santos, Edith Maria Maia Simões, Cássio Alexandre da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação. As provas finais não serão encaminhadas aos autores. Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Serviço Social em Revista, ficando sua reimpressão total ou parcial sujeita a autorização expressa da revista. Em todas as citações posteriores, deverá ser consignada a fonte original de publicação, no caso a Serviço Social em Revista. As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
Dados de financiamento
-
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
Números do Financiamento APQ-02981-21