Familismo e saúde mental
a pessoa que usa álcool e drogas e sua família
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-4842.2024v27n3p763Palavras-chave:
família, saúde mental, álcool e droga, cuidado, reforma psiquiátricaResumo
Este estudo possui a finalidade de refletir sobre o lugar da família da pessoa que faz uso prejudicial de substâncias psicoativas, e apresenta transtornos decorrentes desse uso, e o que se espera dela na política de saúde mental brasileira. Realizou-se uma discussão direcionada por três pontos: a centralidade da família; a família nos diferentes enfoques da política de saúde mental: proibir ou reduzir; e a família e a normatização da sociedade. Conclui-se apontando que no capitalismo, muitas famílias possuem vidas precárias com constante busca da realização de necessidades básicas. A falta de proteção social coloca a família no lugar de centralidade nas ações pelos seus membros, ao mesmo tempo em que a individualiza e responsabiliza por suas ações. Os profissionais nas políticas de saúde precisam ter o cuidado de não naturalizar a centralidade das ações nas famílias. Pesquisas que escutem as famílias e estudem as influências do sistema econômico, social e de saúde podem possibilitar a produção de material crítico para melhoria do conhecimento sobre a realidade das famílias e os atravessamentos nos cotidianos delas.
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