Serviço Social e saúde mental: educação permanente como estratégia de fortalecimento das/os trabalhadoras/es
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-4842.2022v25n2p300Palavras-chave:
Serviço Social, Política de Saúde Mental, Trabalho, Precarização, Educação Permanente em SaúdeResumo
Apresentar-se-á uma reflexão a partir da experiência teórico-prática advinda dos Estágios Curriculares em Serviço Social, realizados no âmbito da política de saúde no período de 2019 a 2020. Salienta-se o projeto de intervenção voltado à execução da Educação Permanente em Saúde à equipe de trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial de Canoas, no Rio Grande do Sul. Entende-se a Educação Permanente em Saúde como uma estratégia metodológica para se refletir e avaliar a implantação e implementação da Política de Saúde Mental nos dias atuais, pois representa um importante meio de resistência perante os retrocessos enfrentados nos últimos anos. Os principais resultados evidenciados foram a reafirmação da dimensão política dos trabalhadores da saúde mental, a criticidade deles sobre a desassistência, subfinanciamento e invisibilidade da saúde mental que impacta uma parcela crescente da população usuária do SUS, em especial, durante a pandemia (2019-2020) da covid-19.
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