As comunidades quilombolas brasileiras e a feminização da pobreza

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-4842.2020v22n2p320

Palavras-chave:

Pobreza, feminização, remanescente de quilombo.

Resumo

Este artigo tem por objetivo refletir sobre as características socioeconômicas das comunidades negras rurais brasileiras, assim como sobre o processo de feminização da pobreza no interior desses territórios. Para tanto, utilizou-se como base de dados uma pesquisa realizada em 2011 pelo DataUFF, abrangendo 169 comunidades remanescentes de quilombo, localizadas em 14 estados brasileiros. Com a finalidade de desenvolver a proposta aqui empreendida, o artigo se estrutura da seguinte forma: A conceituação das comunidades remanescentes de quilombo; Reflexão teórica sobre a feminização da pobreza e a questão racial; Configuração socioeconômica das comunidades e os desdobramentos relacionados ao sexo. Por fim, faz-se uma discussão conclusiva sobre gênero e discriminação.

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Biografia do Autor

Sidimara Cristina Souza, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda em Política Social pela Universidade Federal Fluminense

André Augusto Pereira Brandão, Universidade Federal Fluminense

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professor titular da Universidade Federal Fluminense

Roberta Rezende Oliveira, Marinha do Brasil

Doutora em política social pela universidade Federal Fluminense.

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Publicado

30-06-2020

Como Citar

SOUZA, S. C.; PEREIRA BRANDÃO, A. A.; REZENDE OLIVEIRA, R. As comunidades quilombolas brasileiras e a feminização da pobreza. Serviço Social em Revista, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 320–339, 2020. DOI: 10.5433/1679-4842.2020v22n2p320. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/view/36806. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos