Contribuições do projeto Atlas Linguístico do Brasil para a metodologia de pesquisa geolingüística: o papel do inquiridor

Autores

  • Marcela Moura Torres Paim Universidade Federal da Bahia
  • Silvana Soares Costa Ribeiro Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-4876.2018v21n1p106

Palavras-chave:

Metodologia, Entrevistas, Projeto Atlas Linguístico do Brasil.

Resumo

Os procedimentos metodológicos utilizados no Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) se afastam dos procedimentos tradicionalmente utilizados na recolha de dados dialetais pela ampliação dos tipos de questionários – fonético-fonológico, semântico-lexical e morfossintático – e inclusão de questões de prosódia, de pragmática e de natureza metalinguística, de temas para discurso semidirigido e de um texto para leitura. Assim, o Projeto objetiva trazer para a análise uma maior soma de dados, contemplando aspectos pouco estudados da realidade brasileira, como a variação prosódica, a pragmática, a diafásica e a diarreferencial. Nesse sentido, este trabalho apresenta aspectos relacionados aos procedimentos metodológicos nos inquéritos do Projeto ALiB. Nessa linha de raciocínio, o papel do inquiridor durante a realização das entrevistas, que se configuram como experiências únicas as quais ultrapassam muito a simples efetivação do inquérito, será posto em evidência, verificando as estratégias usadas para conseguir o dado desejado e resolver as dificuldades do entrevistador em obter determinadas respostas no momento da aplicação do questionário linguístico.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Marcela Moura Torres Paim, Universidade Federal da Bahia

Professora Associada I do Departamento de Letras Vernáculas, Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia e Doutora em Letras pela Universidade Federal da Bahia (2007). Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (2001) e mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (2005). É coordenadora do Projeto CAPES-COFECUB 838/15. Participa do Projeto de pesquisa Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) como pesquisador e inquiridor auxiliar. Atua como pesquisadora do Projeto NURC - Salvador, tendo sido bolsista de Iniciação Científica e de Aperfeiçoamento do Projeto durante Graduação e Pós-Graduação (Mestrado). Tem experiência na área de Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: Dialetologia, Sociolinguística, Atlas Linguísticos, Língua Portuguesa e Variação.

Silvana Soares Costa Ribeiro, Universidade Federal da Bahia

Professora Associada II, Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia e Doutora em Letras (Linguística Histórica) pela Universidade Federal da Bahia (2012). Possui Mestrado em Linguística (UFBA -1998). É Graduada em Letras Vernáculas (Licenciatura - 1992 e Bacharelado - 1994) pela UFBA. Participa do Projeto de pesquisa Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) como pesquisador, entrevistador e coordenador da Comissão de Informatização e Cartografia. Atua como pesquisador do Projeto NURC - Salvador, tendo sido bolsista de Iniciação Científica e de Aperfeiçoamento do Projeto durante Graduação e Pós-Graduação (Mestrado). Realizou Doutorado sanduíche na Université Paris 13 e defendeu a tese intitulada Brinquedos e brincadeiras infantis na área do “Falar Baiano” utilizando dados do Projeto ALiB. Atualmente (2017), realiza Pós-doutorado na França (Paris), Université Paris 13, vinculado ao convênio do Projeto CAPES-COFECUB 838/15.

Referências

BENKE, V. C. Tabus linguísticos nas capitais do Brasil: um estudo baseado em dados geossociolinguísticos. 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande.

BRASIL. Decreto n. 30.643, de 20 de março de 1952. Institui o Centro de Pesquisas da Casa de Rui Barbosa e dispõe sobre seu funcionamento. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, DF, 22 mar. 1952. Seção 1, p. 4665.

CARDOSO, S. A. M. Dialectologia e ensino-aprendizagem da língua materna. In: MOTA, J. A.; CARDOSO, S. A. M. (Org.). Documentos 2: Projeto Atlas Lingüístico do Brasil. Salvador: Quarteto, 2006. p. 97-107.

CARDOSO, S. A. M. et al. Atlas Linguístico do Brasil. Cartas linguísticas 1. Londrina: Eduel, 2014b. v. 2.

CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P. La Dialectología. Tradução de Carmen Morán González. Madrid: Visor Libros, 1994 [1980].

COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALIB. Atlas Lingüístico do Brasil: questionários 2001. Londrina: Ed. UEL, 2001.

LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.

LINDLEY CINTRA, L. F. Estudos de dialectologia portuguesa. Lisboa: Sá Costa, 1983. MOTA, J. A. Reflexões sobre a arte de fazer inquéritos lingüísticos. In: MOTA, J. A.; CARDOSO, S. A. M. (Org.). Documentos 2: Projeto Atlas Lingüístico do Brasil. Salvador: Quarteto, 2006. p. 239-259.

MOTA, J. A.; CARDOSO, S. A. M. Para uma nova divisão dos estudos dialetais brasileiros. In: MOTA, J. A.; CARDOSO, S. A. M. (Org.). Documentos 2: Projeto Atlas Lingüístico do Brasil. Salvador: Quarteto, 2006. p. 15-26.

PROJETO Atlas Linguístico do Brasil. Disponível em: https://alib.ufba.br/.

ZÁGARI, M. R. L. Os falares mineiros: esboço de um Atlas Lingüístico de Minas Gerais. In: AGUILERA, V. de A. (Org.). A Geolingüística no Brasil: caminhos e perspectivas. Londrina: Ed. UEL, 1998. p. 31-77.

Publicado

2018-05-30

Como Citar

PAIM, M. M. T.; RIBEIRO, S. S. C. Contribuições do projeto Atlas Linguístico do Brasil para a metodologia de pesquisa geolingüística: o papel do inquiridor. Signum: Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 21, n. 1, p. 106–125, 2018. DOI: 10.5433/2237-4876.2018v21n1p106. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/29789. Acesso em: 30 abr. 2024.