Formas variantes do imperativo de segunda pessoa nos séculos XIX e XX: A expressão do social

Autores

  • Márcia Cristina de Brito RUMEU Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-4876.2016v19n2p310

Palavras-chave:

imperativo gramatical, alternância tu/você, variação linguística.

Resumo

Neste trabalho, buscam-se rastros da realidade sincrônica do português brasileiro em relação à expressão gramatical variável do imperativo de 2a pessoa do singular ("fala você") à luz de dados do final do século XIX e da 1a metade do século XX ("Agora seja tu o laso de união[1] ..." (1919)). Com base na análise de missivas pessoais oitocentistas e novecentistas, redigidas por brasileiros cultos e integrantes de uma mesma família brasileira (a família Pedreira Ferraz-Magalhães) cujos perfis sociolinguísticos foram identificados (ROMAINE, 1982; CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÀNDEX-CAMPOY; CONDE SILVESTRE, 2014), reflete-se sobre a representatividade das categorias sociais gênero e faixa etária para a investigação acerca da expressão variável do imperativo de 2a pessoa. Na perspectiva de uma análise metodologicamente orientada pela sociolinguística quantitativa de base Laboviana, (cf. LABOV, 1994, 2001), confirma-se a hipótese de que o imperativo abrasileirado, nos termos de Scherre (2007), tende a se firmar no português brasileiro, visto que os jovens pareceram se encaminhar na direção histórica da mudança em progresso

[1] O dado em questão pertence ao conjunto de missivas da família Pedreira Ferraz-Magalhães. “(...) Meu consolo é resar por ella, e chorar. Espero que me escrevas contando tudo que lhe diz respeito, pôde fazer os Votos. Que doença foi? Já te imaginarás todo meu soffrimento! Agora seja tu o laso de união entre todos, porem com prudencia, sobretudo com ás Dorothéas”. (Carta redigida por uma mulher (MRPCAM), com 41 anos, ao irmão (JPCAM), com 38 anos. Montevidéu, 11.09.1919.)

Biografia do Autor

Márcia Cristina de Brito RUMEU, Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais

BREVE BIOGRAFIA (Márcia Rumeu):

Concluiu a Graduação em Letras (1999), o Mestrado (2004) e o Doutorado (2008) em Letras Vernáculas, vinculados à linha de pesquisa “Língua e Sociedade: variação e mudaça”, pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, exerce as atividades acadêmicas relacionadas ao cargo de Professora de Língua Portuguesa, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, encaminhada principalmente para os seguintes temas: história dos pronomes pessoais do português, sociolinguística histórica da língua portuguesa no/do Brasil, edição de cartas setecentistas, oitocentistas e novecentistas. Em 2011, foi contemplada com o “PREMIO JÓVENES INVESTIGADORES ALFAL”, no XVI Congreso Internacional de la ALFAL (Asociación de Lingüística y Filología de la América Latina). Publica, desde 2002, em reconhecidos periódicos, capítulos de livros e artigos científicos voltados para a análise do sistema pronominal do português brasileiro. Em 2013, publicou a sua Tese de Doutorado intitulada LÍNGUA E SOCIEDADE: A HISTÓRIA DO PRONOME 'VOCÊ' NO PORTUGUÊS BRASILEIRO por intermédio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com o apoio da FAPERJ.

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Publicado

2016-12-16

Como Citar

RUMEU, Márcia Cristina de Brito. Formas variantes do imperativo de segunda pessoa nos séculos XIX e XX: A expressão do social. Signum: Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 310–341, 2016. DOI: 10.5433/2237-4876.2016v19n2p310. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/21923. Acesso em: 22 jul. 2024.