Como Perceptos Emocionais são Reconhecidos? Correlação entre efeitos de priming e componentes de ERP pode indicar contribuição de memória semântica e linguagem verbal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-4876.2016v19n2p104

Palavras-chave:

Perceptos emocionais, efeitos de contexto linguístico, eletrofisiologia do cérebro

Resumo

Um corpo de pesquisas em eletrofisiologia cerebral tem revelado que prosódia afetiva produz efeitos de contexto sobre reconhecimento de emoções em paradigma de priming (incongruência prosódia-face gera picos mais altos de N400, um ERP associado com integração semântica de sentenças). Ao mesmo tempo, alguns dados sugerem que julgamento de faces emocionais pode ser prejudicado se o acesso lexical à palavra denotando a emoção julgada for impedido. Num experimento empregando priming de repetição, a suspensão momentânea do significado da palavra emocional dificultou o reconhecimento de perceptos faciais de emoção como instância do mesmo rosto. Esses dados sugerem que, longe de ser um processo simplesmente pré-conceitual, a percepção de emoções é conceitual e linguística. Esse fato leva a uma revisão do papel da prosódia em tarefas de julgamento de perceptos emocionais. A discussão presente sustenta que a prosódia só pode funcionar como prime para faces alvos, ou para qualquer outro estímulo, porquanto ela mesma é organizada linguisticamente no âmbito de uma memória semântica para eventos emocionais. Essa visão é consistente, desse modo, com a corrente do relativismo linguístico, segundo a qual a linguagem modela o pensamento e a forma como se percebe o mundo.

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Biografia do Autor

Wagner Ferreira Lima, Universidade Estadual de Londrina

Docente do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), área de Linguística e Língua Portuguesa.

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Publicado

2016-12-16

Como Citar

LIMA, W. F. Como Perceptos Emocionais são Reconhecidos? Correlação entre efeitos de priming e componentes de ERP pode indicar contribuição de memória semântica e linguagem verbal. Signum: Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 104–122, 2016. DOI: 10.5433/2237-4876.2016v19n2p104. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/23950. Acesso em: 1 maio. 2024.