Perfil das mulheres atendidas no Programa Municipal de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Sexual em Londrina-PR e as circunstâncias da violência sexual sofrida: período de outubro de 2001 a agosto de 2004
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2006v27n1p03Palavras-chave:
Violência contra mulher, Violência de gênero, Violência sexual, Saúde da mulher.Resumo
A violência sexual é uma das formas mais graves da violência que atinge as mulheres. Considerados crimes hediondos, o estupro e o atentado violento ao pudor caracterizam-se por um contato sexual não consentido. Os agravos ocasionados vão desde experiência sexual precoce, traumas físicos, infecção pelo HIV/DST’s, gestações indesejadas até a seqüelas psíquicas que se enquadram no distúrbio do estresse pós-traumático. Objetivou-se levantar o perfil da população atendida no Programa de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Sexual -Rosa Viva-, e as informações disponíveis que pudessem caracterizar as ocorrências, no município de Londrina-PR. Este foi um estudo descritivo, efetuado a partir de dados extraídos de 106 prontuários utilizados nos atendimentos, na Maternidade Municipal, no período de outubro de 2001 a agosto de 2004. A caracterização aponta: 59,9% na faixa etária de 10 a 19 anos; 52,8% procuraram o serviço nas primeiras 24 horas depois da agressão, e foi necessário administrar contracepção de emergência em 54,7% das mulheres. O estupro isolado aconteceu em 50,2% dos casos e a ausência de traumas predominou (56,6%). De modo geral, 58,5% dos agressores eram desconhecidos das vítimas, porém na faixa etária dos 10 aos 14 anos, a vítima seria capaz de identificar o agressor. A partir da deficiência de dados na análise dos prontuários, são sugeridos dados importantes a serem incluídos nas fichas de atendimento, considerando-se fundamental um instrumento capaz de apontar detalhadamente a dimensão da violência contra a mulher.
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