Caracterização citogenética do Boto da Bolívia (Inia boliviensis): mais uma ferramenta de diferenciação entre as espécies

Autores

  • Waleska Gravena Universidade Federal do Amazonas
  • Natsumi Hamada Fearnside Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
  • Édika Sabrina Girão Mitozo Tavares Universidade Federal do Amazonas
  • Natália Dayane Moura Carvalho Universidade Federal do Amazonas
  • Maria Claudia Gross Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • Carlos Henrique Schneider Universidade Federal do Amazonas
  • Vera Maria Ferreira da Silva Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2017v38n1suplp115

Palavras-chave:

Banda C, Giemsa, Cariótipo, Golfinho de rio

Resumo

Dados citogenéticos de cetáceos são particularmente raros por conta da dificuldade em conseguir amostras de animais vivos. Apesar disso, este estudo caracteriza mais uma espécie de golfinho dos rios amazônicos, o boto da Bolívia, Inia boliviensis. Esta espécie, com distribuição restrita aos rios da Bolívia e à bacia do Rio Madeira, por muito tempo foi considerada uma subespécie de Inia geoffrensis, que possui ampla distribuição pela bacia amazônica. Por vezes a classificação taxonômica desses animais ainda é contestada, apesar de evidencias tanto morfológicas quanto moleculares de sua distinção. A fim de utilizar as técnicas de citogenética como mais uma ferramenta na classificação das espécies, foram utilizadas amostras de sangue de 3 machos e 3 fêmeas de I. boliviensis coletados no Rio Guaporé, divisa do Brasil com a Bolívia, para determinar a fórmula cariotípica e os padrões de heterocromática constitutiva da espécie. Em um trabalho anterior, a fórmula cariotípica de I. geoffrensis foi descrita possuindo 2n = 44, assim como a maioria dos cetáceos, e com 12m + 14sm + 6st + 10t + XX/XY. Já nas amostras de I. boliviensis, foi determinada fórmula cariotípica de 14m + 12sm + 6st + 10t + XX/XY, sendo diferenciado da espécie relacionada por um par a mais de cromossomos metacêntricos e um a menos de submetacêntricos. Utilizando a técnica de banda C, foram observados blocos de heterocromatina constitutiva nas posições terminais, intersticiais e pericentroméricas. Baseados nesses resultados as espécies mostram diferenciação na fórmula cariotípica e na quantidade de heterocromatina constitutiva, já que I. boliviensis apresentou blocos maiores de heterocromatina do que já foram descritos para I. geoffrensis. Esses dados podem contribuir para o estabelecimento da espécie de boto da Bolívia, além de contribuir para o entendimento da carioevolução do grupo e por isso se faz necessário a utilização de mais marcadores, incluindo marcadores citogenéticos moleculares.

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Biografia do Autor

Waleska Gravena, Universidade Federal do Amazonas

Instituto de Saúde e Biotecnologia, Universidade Federal do Amazonas, Coari - AM

Natsumi Hamada Fearnside, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus - AM

Édika Sabrina Girão Mitozo Tavares, Universidade Federal do Amazonas

Laboratório de Citogenômica Animal, Universidade Federal do Amazonas, Manaus - AM

Natália Dayane Moura Carvalho, Universidade Federal do Amazonas

Laboratório de Citogenômica Animal, Universidade Federal do Amazonas, Manaus - AM

Maria Claudia Gross, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu - PR

Carlos Henrique Schneider, Universidade Federal do Amazonas

Laboratório de Citogenômica Animal, Universidade Federal do Amazonas, Manaus - AM

Vera Maria Ferreira da Silva, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus - AM

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Publicado

2018-02-16

Como Citar

1.
Gravena W, Hamada Fearnside N, Tavares Édika SGM, Carvalho NDM, Gross MC, Schneider CH, et al. Caracterização citogenética do Boto da Bolívia (Inia boliviensis): mais uma ferramenta de diferenciação entre as espécies. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 16º de fevereiro de 2018 [citado 21º de novembro de 2024];38(1supl):115. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/29533