Associação entre nível de priorização na admissão da unidade de terapia intensiva e desfecho hospitalar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2022v43n2p243

Palavras-chave:

Classificação, Prognóstico, Alta do Paciente, Mortalidade, Unidade de Terapia Intensiva

Resumo

Objetivo: Avaliar a associação entre os níveis de priorização para admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) e o prognóstico dos pacientes.
Material e método: Estudo longitudinal retrospectivo que incluiu adultos internados na UTI de hospital universitário ano de 2020. As variáveis, coletadas nos prontuários e banco de dados eletrônicos do hospital contemplam: identificação, data de entrada no hospital e de admissão na UTI, diagnósticos, antecedentes, data de alta, desfecho, cálculo do Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) e nível de priorização da admissão.
Resultados: O estudo avaliou 274 pacientes. As patologias respiratórias totalizaram 41,25% das admissões, sendo COVID-19 o diagnóstico mais frequente (65 casos confirmados e 2 suspeitos). Dentre as comorbidades, destacam-se hipertensão arterial sistêmica (64,32%), diabetes mellitus (25,82%) e tabagismo (18,78%). O SAPS 3 médio foi de 59,29 pontos, representando uma probabilidade de óbito de 39,00%. A respeito dos níveis de priorizações, 174 (63,50%) pacientes foram classificados como prioridade 1 (P1); 94 (34,31%) pacientes como prioridade 2 (P2); e 6 (2,19%) pacientes como prioridade 3 (P3). Comparando os grupos P1 e P2, a probabilidade de óbito foi, respectivamente, 51,95% e 13,75%. E o número de óbitos observado foi de 90 (60,81%) no grupo P1 e 19 no grupo P2 (25,30%; p<0,001)).
Conclusão: Os pacientes classificados como P1 foram mais frequentes na amostra de estudo. A classificação de prioridades identificou os pacientes mais graves e com maior taxa de mortalidade na primeira categoria, apesar de não haver diferença na idade, comorbidade e fragilidade.

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Biografia do Autor

Ana Clara Donini Nazima, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduanda em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Amanda Pinheiro Zago, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduanda em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Cleber Barbieri, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduando em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Daniel Luis Pires Rosa, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutorado em Medicina e Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil. Professora Associada da Disciplina de Medicina Intensiva da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná

Fabio Monti Juliani, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduando em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Jair de Jesus Junior, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduando em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Jessé Trinck Salvador, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduanda em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Julia Zanarde, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Graduanda em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná

Lucienne Tibery Queiroz Cardoso, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutorado em Medicina e Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil. Professora Associada da Disciplina de Medicina Intensiva da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná

Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutorado em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, São Paulo, Brasil. Professora Adjunta da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná

Cintia Magalhães Carvalho Grion, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutorado em Medicina e Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil. Professora Associada da Disciplina de Medicina Intensiva da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.

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Publicado

2022-11-11

Como Citar

1.
Nazima ACD, Zago AP, Barbieri C, Rosa DLP, Juliani FM, de Jesus Junior J, Salvador JT, Zanarde J, Cardoso LTQ, Carrilho CMD de M, Grion CMC. Associação entre nível de priorização na admissão da unidade de terapia intensiva e desfecho hospitalar. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 11º de novembro de 2022 [citado 19º de abril de 2024];43(2):243-50. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/45570

Edição

Seção

Artigos