Hipoplasia de costelas associada a fenda palatina, lábio leporino e agenesia renal unilateral em cão neonato sem raça definida
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n1p497Palavras-chave:
Canina, Defeitos congênitos, Malformações, Mortalidade neonatal, Neonatologia.Resumo
Os defeitos congênitos podem causar alterações na função ou na morfologia normal de órgãos, contribuindo para a mortalidade neonatal canina. As malformações em cães podem ocorrer devido a fatores genéticos ou por ação de agentes teratogênicos durante a gestação. Os defeitos genéticos podem ser herdados de um ou ambos os pais, sendo mais comum em filhotes de raça pura, ou ainda ocorrerem por consaguinidade. Já os agentes teratogênicos como toxinas, fármacos, doenças infecciosas, influências mecânicas e irradiação, podem afetar a ninhada durante o desenvolvimento gestacional. A hipoplasia de costelas é relatada em recém-nascidos humanos, é uma malformação rara e letal de herança autossômica recessiva que impede a expansão torácica e reduz a complacência pulmonar, causando insuficiência respiratória. Uma cadela prenhe sem raça definida foi submetida à cesariana, ao nascimento um neonato apresentou sofrimento respiratório, à palpação do tórax presumiu-se ausência de costelas, o recém-nascido apresentava ainda fenda palatina e lábio leporino, e optou-se pela eutanásia do animal. No exame post-mortem foi diagnosticado hipoplasia de costelas e agenesia renal unilateral. Assim como encontrado no neonato canino, em recém-nascidos humanos a hipoplasia de costelas também está associada com outras malformações, como fenda labial e do palato e defeitos urogenitais. O presente relato descreve o primeiro caso de hipoplasia de costelas em neonato canino, associada com outras malformações, sendo a causa possivelmente relacionada a um fator genético hereditário.Downloads
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