Morcegos da região de Manaus e suas relações com fungos patogênicos
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.1982v3n12p255Palavras-chave:
Morcegos, Wangiella dermatitidis, Phyllostomus discolor, Stumira lilium, Molossus, Myotis albencens.Resumo
Cento e setenta e sete morcegos de 6 famílias, perfazendo um total de 13 espécies foram capturados em 8 lugares diferentes dos arredores de Manaus; 151 foram necropsiados. Wangiella dermatitidis, agente da cromoblastomicose, foi isolado de 5 morcegos pertencentes a 4 espécies diferentes: 2 Phyllostomus discolor, 1 Stumira lilium, 1 Molossus molossus e 1 Myotis albencens. Este fungo nunca foi antes isolado de morcegos ou de qualquer outro mamífero, exceto do homem. Em micro-cultivo, W. dermatitidis apresentou espomlação dos tipos cladospórios, rinocladiela, fialofora e fase pulularia; nos meios de ágar de Sabouraud, de Czapek-Dox e batata, mostrou dimorfismo a 25 e 37°G. Não liquefez gelatina, não hidrolisou amido e caseína. Das 4 espécies de morcegos portadores de W. dermatitidis, somente o P. discolor era conhecido como suceptível a fungo patogênico. Três exemplares eram frugívoros e 2 insetívoros; 4 dos 5 morcegos foram coletados em capoeiras, e todos eram coloniais. Os morcegos frugívoros podem ser migratórios, consequentemente dispersores do fungo. O desmatamento pode aumentar a prevalência da cromoblastomicose. O lugar de repouso e o comportamento social parecem ser mais importantes para a aquisição de fungos patogênicos do que o hábito alimentar.
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