Determinação de agrotóxicos em água de manancial e água de abastecimento público em Londrina, Paraná, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n3p1153Palavras-chave:
Pesticidas, Contaminação, LC-MS/MS, Águas superficiais.Resumo
O modelo de agricultura brasileiro é baseado no uso intensivo de agrotóxicos. Uma vez no ambiente, estes compostos podem atingir recursos hídricos, principalmente através da lixiviação ou durante a aplicação, expondo a biota aquática e até mesmo humanos, aos contaminantes. O objetivo deste trabalho foi identificar a presença dos agrotóxicos ametrina, atrazina, azoxistrobina, carbendazim, carbofurano, clomazona, clorpirifós, diuron, hexazinona, imidacloprido, malation, simazina, tebuconazol e tebutiuron em amostras de água de manancial e de abastecimento público da cidade de Londrina, Paraná, Brasil. Foram coletadas 24 amostras, quinzenalmente, de Dezembro de 2014 a Outubro de 2015. Para o preparo das amostras foi utilizado Extração em Fase Sólida (SPE) com cartuchos de 3 mL C-18 de 500 mg. A determinação de agrotóxicos foi realizada utilizando Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS/MS). Nas amostras do manancial, foram detectados os compostos atrazina (85%), azoxistrobina (95%), carbendazin (83%), diuron (75%), imidacloprido (95%), simazina (12%), hexazinona (4%), tebutiuron (8%) e tebuconazol (33%). Nas amostras de água para abastecimento público, foram detectados atrazina (79%), azoxistrobina (95%), carbendazim (8%), diuron (83%), imidacloprido (95%), simazina (12%), hexazinona (4%), tebutiuron (8%) e tebuconazol (33%). Alguns destes compostos estão inseridos na legislação brasileira e nestes casos, as concentrações determinadas neste estudo variaram entre 241 e 7 ng L-1, as quais foram inferiores às máximas concentrações determinadas para cada um dos compostos.Downloads
Referências
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