Determinação da tensão da água do solo para o manejo da irrigação do sorgo sacarino

Resumo

A cultura do sorgo sacarino vem sendo considerada uma ótima opção, sob os pontos de vista agronômico e industrial, para a produção de etanol. Como não há informações sobre a melhor tensão da água do solo para o início da irrigação do sorgo sacarino, objetivou-se determinar em campo a tensão de água do solo adequada para o início da irrigação de quatro cultivares. Foram conduzidos dois experimentos, em Nova Porteirinha, MG, no delineamento em blocos casualizados, no esquema de parcelas subsubdivididas, em quatro repetições. Cada um dos experimentos foi constituído por seis tratamentos de tensão da água do solo (parcelas); 20, 40, 60, 80, 100 e 120 kPa, para o reinício da irrigação do sorgo sacarino, e de quatro cultivares de sorgo sacarino (subparcelas): BRS 508, BRS 509, BRS 511 e CMSXS647. Após o plantio, as parcelas tiveram a umidade do solo elevada à capacidade de campo (10 kPa), quando a partir de então foram aplicados os tratamentos. Durante o período de aplicação dos tratamentos, sempre que a tensão de água no solo atingia o limite de tensão estabelecido, o sistema de irrigação do tratamento era acionado, funcionando o tempo necessário para elevar a tensão da água do solo a 10 kPa. A quantidade de água reposta em cada irrigação foi obtida com o auxílio da curva de retenção de água do solo da área experimental. Foram avaliados a produção de massa verde, volume de caldo, sólidos solúveis (°Brix) e toneladas de °Brix por hectare (TBH). As diferentes tensões de água no solo, diferentes cultivares, ano agrícola e a interação entre as tensões e o ano afetaram significativamente (p£0,05) as características avaliadas, de acordo com o Teste F. As características agronômicas das cultivares avaliadas responderam linearmente ao aporte de água no solo. Considerando o parâmetro TBH, sugere-se que o início da irrigação do sorgo sacarino seja realizado quando o solo atingir a tensão de 20 kPa. Ainda considerando a TBH, as cultivares não diferiram entre si a 5% de significância pelo teste de Tukey.