Efeitos cardiorrespiratórios e eletrocardiográficos da metadona ou morfina no período perioperatório em cães anestesiados com infusão contínua de propofol e submetidos a ovário-histerectomia

Resumo

O presente estudo teve como objetivo comparar as alterações no eletrocardiograma (ECG) e nos parâmetros cardiorrespiratórios da metadona ou morfina administrada pela via intravenosa (I.V.) em cães anestesiados com infusão intravenosa contínua de propofol. Foram utilizados 16 cadelas, sem raça definida submetidos ao procedimento de ovário-histerectomia. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos, designados como GME (metadona 0,3 mg kg-1, I.V.) ou GMO (morfina 0,3 mg kg-1, I.V.). Os parâmetros avaliados foram frequência cardíaca (FC), tempo e amplitude da onda P (Ps e PmV), intervalo entre as ondas P e R (PR), duração do complexo QRS (QRS), amplitude da onda R (R), duração do intervalo entre as ondas Q e T (QT), pressão arterial sistólica (PAS), temperatura retal (TR), frequência respiratória (f), tensão de dióxido de carbono no final da expiração (ETCO2) e saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO2). A analgesia pós-operatória foi verificada seguindo a proposta de Firth e Haldane (1999) e o regaste analgésico baseado na escala análoga visual. A FC foi menor no GME comparativamente ao GMO. Os valores de Ps, PmV, PR, QRS, R e QT mantiveram-se dentro da normalidade em ambos os grupos e sem significado clínico. Apneia e incremento da ETCO2 em ambos os grupos. Não houve diferença nos efeitos analgésicos entre os grupos. Podemos concluir que a metadona e a morfina promovem efeitos cardiovasculares similares quando administradas I.V. durante o procedimento cirúrgico em cães anestesiados com propofol via infusão continua intravenosa, no entanto, quando a metadona é empregada, ventilação assistida é necessária. Além disso, os dois opioides promoveram analgesia por 6h00 no pós-operatório.