Paisagens invisíveis da trilogia Nitecki: de Aristóteles e Platão a Lenin e Trotsky
DOI:
https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n4p223Palavras-chave:
Epistemologia da ciência da informação, Trilogia nitecki, Cartografia epistemológica, Epistemologia histórica, Mapas do conhecimentoResumo
Objetivo: A pesquisa investiga o método cartográfico-epistemológico da Trilogia Nitecki e seus principais resultados para a compreensão da epistemologia histórica da Ciência da Informação.
Metodologia: Do ponto de vista metodológico, a pragmática da linguagem, sob influência wittgensteiniana para a pesquisa diacrônica, é a base da pesquisa, de cultura descritiva, com foco na reflexão sobre as epistemologias históricas do campo. A metáfora-ferramenta das cartografias, como um metamétodo, é aplicada como lente da análise. Tal metáfora-ferramenta é acompanhada pela narrativa do romancista e contista Ítalo Calvino em As Cidades Invisíveis.
Resultados: O (re)encontro com a Trilogia Nitecki nos conduz a alguns importantes elementos da epistemologia da Ciência da Informação e da reflexão sobre a própria tarefa metaepistemológica constituída nos anos 1990 pelo pesquisador, com destaque para a epistemologia histórica esquecida, a disputa terminológica do campo e a passagem do universal para o particular. Em contrapartida, observa-se criticamente os problemas da Trilogia, centralmente, a influência anglófona fechada, o não aprofundamento em cartografias anglófonas anteriores e a ausência de teoria crítica, ou da dialética como método metaepistemológico para uma leitura transversal da cartografia constituída pela estrada niteckiana.
Conclusões: O devir cartográfico-epistemológico do campo representa um dos elementos conclusivos centrais da pesquisa, a partir dos horizontes revisitados pela Trilogia Nitecki, junto à perspectiva diacrônica de seu letramento cartográfico. Indica-se, por fim, a necessidade de um devir anti-epistemicida a ser colocado como núcleo das cartografias críticas futuras da Ciência da Informação.
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