Qualidade e quantidade como categorias indissociáveis de pesquisa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n4p200

Palavras-chave:

Método científico, Predicados da Pesquisa, Complementaridade, Metaciência

Resumo

Objetivo: Demonstrar teoricamente as relações entre as categorias qualidade e quantidade e sua indissociabilidade na pesquisa, argumentando que as formas de produção de um campo científico dependem da vigilância dos pesquisadores sobre o sistema de relações objetivas e manifestam-se como prática regida por uma metaciência específica.
Metodologia: A argumentação é construída a partir de um referencial teórico fundamentado na filosofia.
Resultados: Embora haja necessidade de identificar predicados como qualidade e quantidade para distinguir e analisar o objeto científico, esses são aspectos componentes da totalidade do objeto percebido, sendo impossível considerá-los separadamente.
Conclusão: É necessário vigilância sobre o modo de construção e comunicação da pesquisa científica, incluindo suas explicações e enunciados, a partir da consideração sobre o aspecto relacional dos predicados na sua determinação dupla, investigação e exposição, relativa ao processo de apropriação e explicitação crítico-racional.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Leilah Santiago Bufrem, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo - USP

Referências

ALTHUSSER, L. A favor de Marx. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. 7. ed. Campinas: Papirus, 2002

ARANALDE, M. M. Reflexões sobre os sistemas categoriais de Aristóteles, Kant e Ranganathan. Ciência da Informação, Brasília, v. 38, n. 1, p. 86-108, jan./abr. 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-19652009000100006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v38n1/06.pdf. Acesso em: 12 nov. 2019.

ARISTÓTELES. Categorias. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

ARISTÓTELES. Órganon: Categorias; Da interpretação; Analíticos anteriores; Analíticos posteriores; Tópicos; Refutações sofísticas. Bauru: Edipro, 2005.

BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J.-C.; PASSERON, J.-C. O ofício de sociólogo. Petrópolis: Vozes, 2004.

BOURDIEU, P. Le champ scientifique. Actes de Ia Recherche en Sciences Sociales, v. 2, n. 2/3, p. 88-104, jul. 1976. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/arss_0335-5322_1976_num_2_2_3454. Acesso em: 12 nov. 2019.

DAHLBERG, I. Knowledge organization and terminology: philosophical and linguistic bases. International Classification. Frankfurt: v. 19, n. 2, p. 65-71, 1992. Disponível em: https://www.ergonverlag.de/isko_ko/downloads/ic_19_1992_2_b.pdf. Acesso em: 12 nov. 2019.

ENGELS, F. A dialética da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

HABERMAS, J. Faktizität und geltung: beiträge zur diskurstheorie des rechts und des demokratischen rechtsstaats. Frankfurt: Suhrkamp, 1994.

HERÁCLITO. Heráclito. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os pensadores).

JENSEN, K. B.; JANKOWSKI N. W. Metodologías cualitativas de investigación en comunicación de masas. Barcelona: Bosch, 1993.

KANT, I. Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (Coleção Os pensadores, v. 2).

KOSIK, K. Dialetics of the concrete: a study on problems of man and world. Boston: Reidel Publishing, 1976.

KOSIK, K. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

LATOUR, B. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.

LEFEBVRE, H. Lógica formal/lógica dialética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.

LURIA, A. R. A construção da mente. São Paulo: Ícone, 1992.

MARX, K. The method of political economy. In: MARX, K. A Contribution to the critique of political economy. Chicago: Charles H. Kerr, 1904. p. 292-304.

MARX, K. O método da economia política. In: MARX, K. Contribuição à crítica de economia política. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 257-268.

NIETZSCHE, F. Ecce homo: how to become what you are. Nova York: Oxford University Press, 2007.

PLATÃO. Sofista. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

PRICE, D. J. S. Little science, big science. New York: Columbia University Press, 1963. PRICE, D. J. S. Science since Babylon. New Haven: Yale University Press, 1961.

SALES, R.; GUIMARAES, J. A. C. O método analítico-sintético de Julius Kaiser: um pioneirismo para o tratamento temático da informação. Transinformação, Campinas, v. 29, n. 2, p. 125-139, ago. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/2318-08892017000200001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tinf/v29n2/0103-3786-tinf-29-02-00125.pdf. Acesso em: 12 nov. 2019.

SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 23. ed. São Paulo: Cultrix, 2001.

WEINGAND, D. E. Grounded theory and qualitative methodology. IFLA Journal, v. 19, n. 1, p. 17-26, 1993. DOI: https://doi.org/10.1177%2F034003529301900108.

Downloads

Publicado

2021-12-31

Como Citar

Bufrem, L. S. (2021). Qualidade e quantidade como categorias indissociáveis de pesquisa. Informação & Informação, 26(4), 200–222. https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n4p200

Edição

Seção

Dossiê Temático