Memória, patrimônio e dissonâncias: ferramentas conceituais e epistemológicas para uma mudança de paradigmas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n4p24Palavras-chave:
Patrimônio dissonante, Monumentos, Políticas patrimoniais, Epistemologia, Democratização da culturaResumo
Objetivos: Analisar as interações entre o conceito de patrimônio como objeto de construção histórica e seus efeitos no contexto das práticas sociais atuais. Observar as relações entre Cultura, Identidade Nacional e Patrimonio. Discutir o conceito de Patrimônio Dissonante, através de um estudo de caso, o Monumento a Ferdinando I Grão-Duque de Toscana, conhecido como Os quatro Mouros.
Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo de natureza teórica, portanto bibliográfico, que busca, de forma ensaística, lançar mão de questões epistemológicas.
Resultados: A proposta de utilizar o conceito de patrimônio dissonante desempenha um papel de crítica da violência da modernidade, podendo incidir na elaboração de uma memória cultural que enfrente a hierarquização étnica, de classe e de gênero diferentes.
Considerações finais: A elaboração e aplicação do conceito de patrimônio dissonante permite que o patrimônio desempenhe a função: de reorganizar as memórias de forma abrangente e não mais atrelados à ideia de culturas identidades nacionais unificadoras.
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