Ensino de História e ditadura civil-militar brasileira (1964/1989):
a representação cinematográfica dos grupos de resistência
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2022v28n2p106Palavras-chave:
ensino de história;, ditadura civil-militar;, cinema brasileiro.Resumo
O cinema foi fortemente potencializado a partir do grande incentivo à produção e compartilhamento de vídeos, fazendo-se presente em diversos contextos sociais, bem como na escola e nas salas de aula, o que nos faz refletir sobre a importância da promoção de processos formativos que trabalhem com o emprego consciente e crítico desta tecnologia no ensino/aprendizagem, visando construir um novo tipo de conhecimento por meio as sensibilização e construção do gosto estético. Dessa forma, buscou-se no presente trabalho refletir acerca de processos formativos no ensino de história que tomem como eixo central a atuação dos grupos de resistência no período ditatorial. Para isso, desenvolveu-se proposta pedagógica envolvendo a abordagem do tema “Ditadura Civil-Militar brasileira (1964/1989)”, por meio de narrativas filmográficas dirigidas por Lúcia Murat: “Quase dois irmãos” (2004), e “A memória que me contam” (2013). Para tanto, foram estabelecidos estudos sobre os diálogos entre ensino de história e cinema, a relação entre educação, ensino e cinema como forma de linguagem e experiência. A pesquisa apresentou abordagem qualitativa, natureza aplicada e buscou conciliar descrição e explicação, valendo-se, para isso de investigações bibliográficas e documentais de primeira mão. Envolveu ainda forma de análise dos resultados, por meio de tratamento metodológico específico dos filmes selecionados. Para tanto, realizou-se a construção de análises internas (centrada no próprio filme, pois é tido como obra individual e singular), com base numa interpretação multivariada, uma vez que preocupada com os aspectos textuais, de conteúdo, poéticos, da imagem e do som. Esse tratamento remeteu ao emprego de fotogramas.Downloads
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