Apropriações do tempo presente no Livro Didático de História: o caso das Jornadas de junho de 2013
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2018v24n2p163Palavras-chave:
História do tempo presente, Livro Didático de História, Jornadas de JunhoResumo
Parte-se do pressuposto de que o tempo presente constitui um objeto de análise privilegiado do historiador, cuja contribuição é produzir reflexões de natureza histórica que combatam o efêmero, produzam sentidos da experiência diante do esquecimento e forneçam elementos de inteligibilidade do contexto. Investiga-se como o tema das Jornadas de Junho de 2013 é apresentado nos livros didáticos de História, tomando como corpus as 19 coleções inscritas no PNLD 2017, destinadas aos anos finais do ensino fundamental. Em tal corpus, analisa-se a narrativa historiográfica adotada, as propostas de atividades, as interpelações positivas e negativas atribuídas ao assunto, os materiais que subsidiam o tema e, por fim, as orientações destinadas aos professores para ancorar a abordagem em sala de aula, conforme disposto no Manual do Professor. Conclui-se que a narrativa das Jornadas de Junho de 2013 nos livros didáticos de História é predominantemente descritiva, baseada em fontes jornalísticas, com restritas possibilidades de estabelecer análises diacrônicas do fenômeno. Há, todavia, abordagens que trazem os eventos de forma problematizadora, expondo a conjuntura a partir de diversos ângulos e dando voz a diferentes sujeitos/grupos sociais
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