Deslocamento compulsório: relatos de um luto não elaborado
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2021v12n2p38Palavras-chave:
luto, estresse, ajustamento social, psicologia ambiental, migração humana.Resumo
As construções de barragens podem ocasionar à desapropriação de cidades inteiras e realocação de populações. Transformações desta amplitude geram perturbações às comunidades afetadas. Devido a construção da Barragem do Castanhão, a cidade de Jaguaribara foi destruída, e seus moradores transferidos para a primeira cidade projetada do Ceará, a Nova Jaguaribara. Apropriando-se dos conceitos da psicologia ambiental, a pesquisa teve como objetivo compreender aspectos da relação pessoa-ambiente frente ao deslocamento compulsório. Verificou-se na população de Jaguaribara sinais de luto não elaborado, traços de sofrimento psíquico, bem como a fragilização dos vínculos sociais e a redução da autonomia. Compreender as relações humano-ambientais, e impactos decorrentes de processos de deslocamentos programados torna-se primordial para a elaboração de estratégias que visem a redução de danos, potencializem adaptação e a promoção de saúde. Portanto, o impacto da perda do lugar torna-se viabilizador da manifestação e da manutenção de intenso sofrimento favorecendo o surgimento de adoecimentos.
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