Avós que detêm a guarda judicial dos netos: que lugar é esse?

Autores

  • Cristina Maria de Souza Brito Dias Judicial de Pernambuco na 1. Vara da Infância e Juventude https://orcid.org/0000-0002-8156-3096
  • Karlise Maranhão Lucena de Albuquerque Judicial de Pernambuco na 1. Vara da Infância e Juventude

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n3suplp121

Palavras-chave:

Guarda judicial, Poder judiciário, Avós guardiãs, Netos

Resumo

O objetivo geral desta pesquisa foi investigar, na perspectiva das avós, o lugar ocupado por elas nos contextos familiar e social, a partir do deferimento da guarda judicial de seus netos. Participaram cinco avós, de nível socioeconômico médio-baixo, que cuidam integralmente dos netos. Elas responderam a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista. Esta foi analisada pela técnica da análise de conteúdo temática. Pode-se constatar que: 1) a solicitação da guarda foi uma consequência natural, uma vez que, em sua maioria, elas já cuidavam dos netos; 2) os motivos que as levaram a assumir os netos foram separação, encarceramento, negligência e morte dos genitores; 3) os ganhos obtidos com a guarda judicial foram a segurança de poder atender às necessidades dos netos, sem o risco de que eles lhes sejam retirados, e união na família; 4) todas se perceberam e são reconhecidas como mães dos netos.

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Biografia do Autor

Cristina Maria de Souza Brito Dias, Judicial de Pernambuco na 1. Vara da Infância e Juventude

Doutorado em Psicologia pela UNB. Professora e pesquisadora na Universidade Católica de Pernambuco.

Karlise Maranhão Lucena de Albuquerque, Judicial de Pernambuco na 1. Vara da Infância e Juventude

Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco. Trabalha no Judicial de Pernambuco na 1. Vara da Infância e Juventude.

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Publicado

2020-01-11

Como Citar

Dias, C. M. de S. B., & Lucena de Albuquerque, K. M. (2020). Avós que detêm a guarda judicial dos netos: que lugar é esse?. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 10(3supl), 121–140. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n3suplp121

Edição

Seção

Artigos Originais