Caracterização de homens autores de violência doméstica contra mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2023.v14.47729Palavras-chave:
violência contra mulheres, violência doméstica, masculinidades, gênero, homensResumo
O objetivo deste estudo foi delinear o perfil de homens autores de violência doméstica (HAV) contra mulheres, atendidos nos Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (NAFAVDs) do Distrito Federal. Foi realizada pesquisa quantitativa por meio da análise documental de 559 Formulários de Acolhimento de HAV utilizados em 2018 e 2019. Verificaram-se as seguintes características predominantes dos HAV: negros, com ensino médio completo, emprego formal e consumidores de bebida alcoólica. O tipo de violência mais perpetrada pelos HAV foi a violência psicológica. Não houve diferença significativa entre HAV negros e brancos em relação ao tipo de violência doméstica cometida. Tampouco houve diferença significativa entre o grau de escolaridade e violência.. É imprescindível que as intervenções propostas para HAV considerem as interseccionalidades e as especificidades que conformam a complexidade da violência contra mulheres.
Downloads
Referências
Badinter, E. (1992). XY, de l´identité masculine. Paris: Odileb Jacob.
Beiras, A., Benvenutti, M., Toneli, M. & Cavaler, M. (2020). Narrativas que naturalizam violências: reflexões a partir de entrevistas com homens sobre violência de gênero. Interthesis, 17, 01-22. https://doi.org/10.5007/1807-1384.2020.e72407.
Beiras, A., Nascimento, M. & Incrocci, C. (2019). Programas de atenção a homens autores de violência contra as mulheres: um panorama das intervenções no Brasil. Saúde e Sociedade, 28(1), 262-274. https://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902019170995.
Brasileiro, A. E. & Melo, M. B. (2016). Agressores na violência doméstica: um estudo do perfil sociojurídico. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, 2(2), 189-208. http://dx.doi.org/10.26668/2525-9849/Index_Law_Journals/2016.v2i2.1373.
Campos, T. M. A. & Zanello, V. (2021). Panoramas da Violência contra Mulheres nas Universidades Brasileiras e Latino-americanas. 1. ed. Brasília: OAB, v. 1.
Cerqueira, D., Bueno, S., Alves, P., Lima, S., Silva, E., Ferreira, H., Pimentel, A., Barros, B., Marques, D., Pacheco, D., Lins, G., Lino, I., Sobral, I., Figueiredo, I., Martins, J., Armstrong, K. & Figueiredo, T. (2020). Atlas da violência 2020. Brasília: IPEA.
Codeplan (2020). Retratos Sociais Distrito Federal: Perfil Sociodemográfico da População Negra do Distrito Federal. https://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/Estudo-Retratos-Sociais-DF-2018-O-perfil-sociodemogr%C3%A1fico-da-popula%C3%A7%C3%A3o-negra-do-Distrito-Federal.pdf
Connell, R. W. & Messerschmidt, J. W. (2013). Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Revista Estudos Feministas, 21(1), 241-282. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100014.
Einhardt, A., & Sampaio, S. S.. (2020). Violência doméstica contra a mulher - com a fala, eles, os homens autores da violência. Serviço Social & Sociedade, (138), 359–378. https://doi.org/10.1590/0101-6628.217
Fernandes Távora, M; Costa, D.; de Magalhães Gomes; Beiras, A. (2020). Análise de gênero e de cruzamentos interseccionais de um programa de autores de violência doméstica contra as mulheres. Revista Brasileira de Políticas Públicas. 10(2), 433-458. https://doi.org/10.5102/rbpp.v10i2.6802
Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP. (2020). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo, Ano 14.
Gedrat, D. C., Silveira, E. F. da ., & Almeida Neto, H. de (2020). Perfil dos parceiros íntimos de violência doméstica: uma expressão da questão social brasileira. Serviço Social & Sociedade, (138), 342–358. https://doi.org/10.1590/0101-6628.216
Gonzalez, Lelia (2020). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar.
Hooks, B. (2019). Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante.
Leite, F. M. C., Luiz, M. A., Amorim, M. H. C., Maciel, E. L. N. & Gigante; E. P. (2019). Violência contra a mulher e sua associação com o perfil do parceiro íntimo: estudo com usuárias da atenção primária. Revista Brasileira de Epidemiologia, 22. https://doi.org/10.1590/1980-549720190056
Mascarenhas, M. D. M., Tomaz, G. R., Meneses, G. M. S., Rodrigues, M. T. P., Pereira, V. O. M. & Corassa, R. B. (2020). Análise das notificações de violência por parceiro íntimo contra mulheres, Brasil, 2011-2017. Revista Brasileira de Epidemiologia, 23(supl. 1), e200007. https://dx.doi.org/10.1590/1980-549720200007.supl.1
Medeiros, M. P. & Zanello, V. (2017). Xingamentos e Violência Psicológica: análise psicodinâmica dos papéis sociais de gênero em relações violentas. In S. B. Tavares, P. B. T. Estabile, & M. M. Carvalho. (Orgs.), Direitos humanos das mulheres: múltiplos olhares (pp. 133-151). 1ed. Goiânia: CEGRAF/UFG. v. 1.
Mizrahi, Mylene. (2018). “O Rio de Janeiro é uma terra de homens vaidosos”: mulheres, masculinidades e dinheiro junto ao funk carioca”. Cadernos Pagu, 52, e185215. https://doi.org/10.1590/18094449201800520015
Moraes, M.; Cavalcante, L.; Pantoja, Z. & Costa, L. (2018). Violência por parceiro íntimo: características dos envolvidos e da agressão. PSI UNISC, 2(2), 78-96. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v2i2.11901.
Nothaft, R. J. & Beiras, A. (2019). O que sabemos sobre intervenções com autores de violência doméstica e familiar? Revista Estudos Feministas, 27(3). https://dx.doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n356070.
Pinho, O. (2018). O sacrífico de Orfeu: masculinidades negras no contexto de antinegritude em Salvador. In P. M. Silva Junior, M. Caetano (Orgs.), De guri a cabra-macho, masculinidades no Brasil (pp. 146-169). Rio de Janeiro: Lamparina.
Saffioti, H. (2015). Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo.
Scott, J. B. & Oliveira, I. F. (2018). Perfil de homens autores de violência contra a mulher: uma análise documental. Revista de Psicologia da IMED, 10(2), 71-88. https://dx.doi.org/10.18256/2175-5027.2018.v10i2.2951.
Silva, F. B., Sousa, C. N. S., Rocha, E. P., Santos, A. J. A., Silveira E. F. & Gedrat, D. C. (2020). Homens agressores de mulheres: uma revisão sistemática de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (53), e3481. https://doi.org/10.25248/reas.e3481.2020
Silva Junior, P. M. & Caetano, M. (2018). Roda de homens negros, masculinidades, mulheres e religião. In P. M. Silva Junior, M. Caetano (Orgs.), De guri a cabra-macho, masculinidades no Brasil (pp.190-210). Rio de Janeiro: Lamparina.
Vasconcelos, C. S. S. & Cavalcante, L. I. C. (2019). Caracterização, Reincidência e Percepção de Homens Autores de Violência contra a Mulher sobre Grupos Reflexivos. Psicologia & Sociedade, 31, e179960. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2019v31179960
Vasconcelos, Marilena Silva de; Holanda, Viviane Rolim de; Albuquerque, Thaíse Torres de. (2016) Perfil do agressor e fatores associados à violência contra mulheres. Cogitare Enfermagem, Pernambuco, 21(1), 1-10. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i1.41960
Viza, B. H.; Sartori, M. & Zanello, V. (Orgs.). (2017). Maria da penha vai à Escola: Educar para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. 1. ed. Brasília: TJDFT. v. 1. 21 Disponível em https://ovm.alesc.sc.gov.br/wp-content/uploads/2021/08/E-Book-Maria-da-Penha-vai-a-escola.pdf
Welzer-Lang, D. (2001). A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, 9(2), 460-482. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000200008.
Zanello, V., Richwin, I. F. (2022). Assédio sexual no ensino superior brasileiro: uma análise sociogendrada das emoções e das subjetividades na transferência entre alunas assediadas e professores assediadores. In: Almeida, T. M. C de., Zanello, V. (Orgs.) Panoramas de violência contra mulheres nas universidades brasileiras e latino-americanas (pp. 291-324.). Brasília: OAB Editora.
Zanello, V. (2018). Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Curitiba: Appris.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Victor dos Santos Valadares, Sérgio Eduardo Silva de Oliveira, Valeska Zanello
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Estudos interdisciplinares em Psicologia adota a licença CC-BY, esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Este obra está licenciado com uma Licença Attribution 4.0 International (CC BY 4.0)