O estranhamento do banal: a poética magritteana sob um olhar psicanalítico
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2018v9n1p26Palavras-chave:
Psicanálise, Arte, Reflexões Estéticas.Resumo
O presente artigo pretende construir possíveis relações entre a psicanálise e algumas das obras mais inquietantes de René Magritte (1898 – 1967), mantendo consonância com a curadoria de uma exposição sobre o artista, chamada “Magritte: The Mystery of the Ordinary”. Para tanto, além de nos debruçarmos sobre materiais de comentadores e críticos da obra do pintor, investigamos também os textos produzidos pelo próprio Magritte, nos quais o pintor versa sobre conceitos fundamentais para a compreensão de seu pensamento artístico: emoção estética, poética, mistérios do cotidiano, estranhamento (ressoante ao Umheimlich freudiano). Tivemos aqui o cuidado de manter alguma distância de interpretações superficiais e reducionistas, que simplesmente aplicassem a psicanálise à obra de arte. Portanto, buscamos construir uma leitura crítica, atenta aos detalhes e atravessamentos que percorrem as obras de arte, evidenciando as implicações ali presentes e propondo aproximações entre a obra de Magritte e a teoria psicanalítica.
Downloads
Referências
Bradley, F. (2001). Surrealismo. São Paulo, SP: Cosac Naify.
Didi-Huberman, G. (1998) O que vemos, o que nos olha. São Paulo, SP: Ed. 34.
Dionisio, G. H. (2012). Pede-se abrir os olhos: Psicanálise e reflexão estética hoje. São Paulo, SP: Annablume.
Dolar, M. (1992) “I shall be with you on your wedding-night”: Lacan and the Uncanny. October, 58, 5-23. doi: 10.2307/778795
Draguet, M., & Goormans, C. (2013). Once the image is isolated. What happens to the mind? In A. Umland (Ed.), Magritte: The Mystery of the Ordinary, 1926–1938 (pp. 26-42). Nova York, NY: The Museum of Modern Art.
Freud, S. (1996). O “Estranho”. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 17, pp. 233-270). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1919).
Freud, S. (2013). Moisés de Michelangelo. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 11, pp. 373-412). São Paulo, SP: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1914).
Freud, S. (1930/2014). O mal-estar na civilização. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 18, pp. 13-122). São Paulo, SP: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1914).
Foucault, M. (2008). Isto não é um cachimbo. Rio de Janeiro, RJ: Paz e terra.
Gablik, S. (1985). Magritte. London: Thames and Hudson.
Helfenstein, J., & Elliott, C. (2013). A lightning flash is smoldering beneath the bowler hats. In A. Umland (Ed.), Magritte: The Mystery of the Ordinary (pp. 70-88). Nova York, NY: The Museum of Modern Art.
Jakobi, M. (2006). Jean Dubuffet et la fabrique du titre. Paris: CNRS Éditions.
Magritte, R. (1927a). La Fin des contemplations. Private collection. Recuperado de: https://www.menil.org/collection/objects/2329-an-end-to-contemplation-la-fin-des-contemplations
Magritte, R. (1927b). Le Double secret. Chicago, Art Institute of Chicago. Recuperado de: https://www.artsy.net/artwork/rene-magritte-the-secret-double-le-double-secret
Magritte, R. (1929a). La Trahison des images. Los Angeles, Los Angeles County Museum of Art. Recuperado de: https://collections.lacma.org/node/239578
Magritte, R. (1929b). Le Faux miroir. New York, Museum of Modern Art. Recuperado de: https://www.moma.org/explore/multimedia/audios/378/6536
Magritte, R. (1935). Le Portrait. New York, Museum of Modern Art. Recuperado de: https://www.moma.org/collection/works/79990?locale=en
Magritte R. (1954). L’Empire des lumières. Brussels, Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique Recuperado de: https://www.fine-arts-museum.be/fr/la-collection/rene-magritte-lempire-des-lumieres
Magritte, R. (2009). Écrits completes. France: Flammarion.
Magritte, R. (2010). Escritos. Madrid: Sintesis.
Merleau-Ponty, M. (2004). O olho e o espírito. São Paulo, SP: Cosac Naify.
Pareyson, L. (1997). Os problemas da estética. São Paulo, SP: Martins Fontes.
Sousa, F. E. (2007). O estranho na obra de arte. Diálogos: Boletim do Ágora Instituto Lacaniano, (02), 20-23. Disponível em: http://agorainsti.dominiotemporario.com/doc/boletim_2_ano_2007[1].pdf#page=20.
Umland, A. (2013). “This is how marvels begin”. In A. Umland (Ed.). Magritte: The Mystery of the Ordinary, 1926–1938 (pp. 26-42). Nova York, NY: The Museum of Modern Art.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Estudos Interdisciplinares em Psicologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Estudos interdisciplinares em Psicologia adota a licença CC-BY, esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Este obra está licenciado com uma Licença Attribution 4.0 International (CC BY 4.0)