Efeito do transtorno depressivo no acesso feminino ao ensino superior brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2317-627X.2022v10n1p5

Palavras-chave:

Transtorno Depressivo, Ensino Superior, Brasil, Probit Bivariado

Resumo

As doenças mentais têm sido cada vez mais diagnosticadas e evidenciadas como propulsoras de diversos empecilhos na qualidade de vida dos indivíduos. Elas são capazes de afetar distintos aspectos, tais como interações sociais e acumulação de capital humano. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo analisar o efeito do transtorno depressivo sobre o acesso ao ensino superior por parte das mulheres no Brasil, que possuem prevalência mais elevada para esse tipo de doença em relação aos homens, particularmente em função de aspectos biológicos e neuroendocrinológicos. Para tal, utilizou-se como metodologia a estimação de um modelo Probit Bivariado, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para o ano de 2008, considerando mulheres com idade entre 16 e 25 anos. Os resultados encontrados apontam que mulheres com depressão têm redução de aproximadamente 24,28% na probabilidade de acesso ao ensino superior, enfatizando a relação inversa entre a doença e o nível de escolaridade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Salime Nadur Duarte Ferreira, Universidade Federal de Viçosa - UFV

Mestranda em Economia na Universidade Federal de Viçosa.

Juliana Brito de Oliveira, Universidade Federal de Viçosa - UFV

Mestranda em Economia na Universidade Federal de Viçosa.

Ana Carolina Nolasco Milheiro Manoel, Universidade Federal de Viçosa - UFV

Graduanda em Economia na Universidade Federal de Viçosa.

Evandro Camargos Teixeira, Universidade Federal de Viçosa - UFV

Doutorado em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Viçosa. 

Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM-IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 4. ed. Washington, DC: Author, 2000.

ANDRADE, A. G.; DUARTE P. C. A. V; LUCIO G. O. I levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010.

ANDRIOLA, W. B.; CAVALCANTE, L. R. Avaliação da depressão infantil em alunos da pré-escola. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 12, n. 2, p. 419-428, 1999.

ANDERSON, R.J.; FREEDLAND, K.E.; CLOUSE, R.E.; LUSTMAN, P.J. The Prevalence of Co-morbid Depression in Adults with Diabetes. Diabetes Care, v. 24, p.1069-78, 2001.

ARELLANO, M.; BOND, S. Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. The review of economic studies, v. 58, n . 2, p. 277-297, 1991.

BAPTISTA, M. N.; BAPTISTA, A. S. D.; OLIVEIRA, M. G. Depressão e gênero: por que as mulheres deprimem mais que os homens?. Temas em Psicologia, v. 7, n. 2, p. 143-156, 1999.

BERNAL-MORALES, B.; RODRÍGUEZ-LANDA, J. F.; PULIDO-CRIOLLO, F. Impact of anxiety and depression symptoms on scholar performance in high school and university students. In: DURBANO, F. (ed.). A Fresh Look at Anxiety Disorders. Schweiz: BoD – Books on Demand, 2015. p. 225, 2015.

BJELLAND, I.; KROKSTAD, S.; MYKLETUN, A.; DAHL, A. A.; TELL, G. S.; TAMBS, K. Does a higher educational level protect against anxiety and depression? The HUNT study. Social Science & Medicine, v. 66, n. 6, p. 1334-1345, 2008.

BRACKE, P.; PATTYN, E.; KNESEBECK, O. V. D. Overeducation and depressive symptoms: diminishing mental health returns to education. Sociology of Health & Illness, v. 35, n. 8, p. 1242–1259, 2013. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1467-9566.12039. Acesso em 6 jan. 2020.

BRAGA, L. L.; DELL'AGLIO, D. D. Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero. Contextos Clínicos, v. 6, n. 1, p. 2-14, 2013.

CAMERON, C.; TRIVEDI, P. Microeconometrics, Methods and Applications. New York: Cambridge University Press, 2005.

CHEN, X.; WU, J.; TASOFF, S. Postsecondary Expectations and Plans for the High School Senior Class of 2003-04. Issue Tables. NCES 2010-170rev. National Center for Education Statistics, 2010.

COUTINHO, M. D. P. D. L.; PINTO, A. V. L.; CAVALCANTI, J. G.; ARAÚJO, L. S. D.; COUTINHO, M. D. L. Relação entre depressão e qualidade de vida de adolescentes no contexto escolar. Revista Psicologia, Saúde & Doenças, v.17, n.3. p 338-351, 2016.

COUTINHO, M. P.D. L.; VIEIRA, K. F. L. Depressão e comportamento suicida: reflexões psicossociais acerca da interligação entre os fenômenos. In: LUNA, V. L. R. ; NASCIMENTO, Z. A. (Org.) . Desafios da Psicologia Contemporânea. João Pessoa: Editora Universitária, 2010.

FELIZE, R. A mulher e as Doenças Crônicas. 2015. Disponível em: http://clinicapinotti.com.br/author/dr-rogerio-felize/ . Acesso em :6 jan. 2020.

GARCIA, D. Universitários cada vez mais precoces. 2013. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/euestudante/ensino_ensinosuperior/2014/08/03. Acesso em: 28 março.2020.

HECKMAN, J. J. Dummy endogenous variables in a simultaneous equation system. Econometrica, v. 46, n. 4, p. 931-959, 1978.

HUMENSKY, J.; KUWABARA, S. A.; FOGEL, J.; WELLS, C.; GOODWIN, B.; VOORHEES, B. W. V. Adolescents with Depressive Symptoms and their Challenges with Learning in School. National Institutes of Health, v. 26, n. 5, p. 377–392. 2010.

JOHAR, M.; TRUONG, J. Direct and indirect effect of depression in adolescence on adult wages. Applied Economics, v. 46, n. 36, p. 4431-4444, 2014.

JONAS, B.S.; LANDO, J. F. Negative Affect as a Prospective Risk Factor for Hypertension. Psychosomatic Medicine, p.188- 96, 2000.

KESSLER, R. C. The effects of stressful life events on depression. Annual Review of Psychology, v. 48, p. 191–214, 1997.

KESSLER, R. C. The Costs of Depression. Psychiatric Clinics of North America, v. 35 n. 1, p.1-14. 2012.

LESPÉRANCE, F.; FRASURE-SMITH, N.; JUNEAU, M.; THÉROUX, P. Depression and 1-Year Prognosis in Unstable Angina. Archives of Internal Medicine, v. 160, p. 1354-60, 2000.

LOPES, J. A.; MACHADO, M. L.; PINTO, A. M.; QUINTAS, M. J.; VAZ, M. C. Avaliação de distúrbios de comportamento em crianças de idade pré-escolar. In: L. S. ALMEIDA, L. S.; RIBEIRO, I. S. (Ed.), Avaliação psicológica: formas e contextos. Braga: Psiquilibrios, 1994. p. 209-226.

MANSO, D. S. S.; DE MATOS, M. G. Depressão, ansiedade e consumo de substâncias em adolescentes. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 2, n. 1, p. 73-84, 2006.

MCARDLE, J.; HAMAGAMI, F.; CHANG, J. Y.; HISHINUMA, E. S. Longitudinal Dynamic Analyses of Depression and Academic Achievement in the Hawaiian High Schools Health Survey using Contemporary Latent Variable Change Models. National Institutes of Health, v. 21, n. 4, p. 608–629. 2014.

MONT’ALVÃO NETO, A. L. Tendências das desigualdades de acesso ao ensino superior no Brasil: 1982-2010. Revista Educação & Sociedade, v. 35, n. 127, p. 417-441, 2014.

PASCOE, M. C.; HETRICK, S. E.; PARKER, A. G. The impact of stress on students in secondary school and higher education. International Journal of Adolescence and Youth, v. 25, n. 1, p. 1-9, 2019.

PATIAS, N. D.; MACHADO; W. D. L.; BANDEIRA, D. R.; DELL'AGLIO, D. D. Depression Anxiety and Stress Scale (DASS-21)-short form: adaptação e validação para adolescentes brasileiros. Psico, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 459-469, 2016.

PEDROSO, R. M. C. J.; GALVÃO, D. M. G.; DE CASTRO, F. V. Amamentação em mulheres trabalhadoras e alunas do ensino superior público de Coimbra. International Journal of Developmental and Educational Psychology, v. 1, n. 2, p. 419-423, 2013.

PINTO, J. M. de. R. O acesso à educação superior no Brasil. Educação & Sociedade, v. 25, n. 88, p. 727-756, 2004.

SALLE, E.; ROCHA, N. S.; ROCHA, T. S.; NUNES, C.; CHAVES, M. L. Escalas psicométricas como instrumentos de rastreamento para depressão em estudantes do ensino médio. Archives of Clinical Psychiatry, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 24-27, 2012.

SANTOS, C. M. Visão sobre depressão sofreu transformações ao longo da história. Jornal da USP, 2017. Disponível em: jornal.usp.br/?p=63223. Acesso em: 28 mar. 2020.

SANTOS, M. B. A participação das mulheres no ensino superior. Revista três pontos, v. 1, n. 1, p. 47-59, 2014.

SANTOS, M. J.; KASSOUF, A. L. Uma investigação dos determinantes socioeconômicos da depressão mental no Brasil com ênfase nos efeitos da educação. Economia Aplicada, v. 11, n. 1, p. 5-26, 2007.

SMITH, J. P.; MONICA, S. SMITH, G. C. Long-Term Economic Costs of Psychological Problems During Childhood. National Institutes of Health, v. 71, n. 1, p. 110–115. 2010.

SILVA, C. M. L. S. Bullying e depressão no contexto escolar: um estudo psicossociológico. 2010. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa

TENG, T. C.; HUMES, C. E.; DEMETRIO, N. F. Depressão e comorbidades clínicas. Archives of Clinical Psychiatry, São Paulo, v.32, n. 3, p .149-159, 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). ICD-11 for Mortality and Morbidity Statistics. World Health Organization, 2017. Disponível em: https://icd.who.int/browse11/lm/en#/http%3a%2f%2fid.who.int%2ficd%2fentity%2f1563440232. Acesso em: 28 Março de 2020.

ZAGO, N. Migração rural-urbana, juventude e ensino superior. Revista Brasileira de Educação, v. 21, n. 64, p. 61-78, 2016.

Downloads

Publicado

30-01-2022

Como Citar

Ferreira, S. N. D., Oliveira, J. B. de, Manoel, A. C. N. M., & Teixeira, E. C. (2022). Efeito do transtorno depressivo no acesso feminino ao ensino superior brasileiro. Economia & Região, 10(1), 5–25. https://doi.org/10.5433/2317-627X.2022v10n1p5

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.