A Economia das imagens
uma análise do lugar das imagens no capitalismo e os efeitos de sua dinâmica nos sujeitos
DOI:
https://doi.org/10.5433/2237-9126.2023v17n32p7Resumo
A partir do modelo conceitual proposto pelo projeto filosófico de Slavoj Zizek, caracterizado pela articulação entre três linhas de força (filosofia, psicanálise e pensamento político), o trabalho buscou operar uma metodologia orientada pelos seguintes eixos conceituais: teoria da imagem, filosofia e psicanálise. A relação entre imagem e capitalismo encontra-se consolidada na sociedade do consumo, uma vez que os imperativos de gozo são veiculados por modalidades contemporâneas de imagem. Nesse contexto, a possibilidade de aproximação entre a forma mercadoria e a imagem é favorecida pela natureza subjetiva, normativa e instrumental dessas imagens, que compõem uma economia que produz uma forma de vida específica num mundo imagético. A eficácia desse processo se deve à sua adequabilidade ao ritmo de autovalorização conformativa do Capital e sua compulsão pela produção e consumo contínuo de imagens. Enquanto os imperativos de gozo incitam a uma sujeição disciplinar através do fluxo indeterminado de enunciados e objetos, a sociedade atua na produção do valor das imagens, elevadas através da inclusão do próprio sujeito na imagem. Os efeitos dessa dinâmica caracterizam-se por uma espécie de bloqueio na capacidade dos sujeitos de narrarem suas experiências de sofrimento, uma vez que o empuxo imagético e repressivo da sociedade ocasionaria déficit na qualidade narrativa.