Histórias que o cinema documentário conta: novos lugares de memória para a Pornochanchada na história da ditadura militar brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-9126.2022v16n31p87

Palavras-chave:

Documentário, Ditadura Militar, Pornochanchada

Resumo

Este artigo analisa o filme documentário Histórias que o nosso cinema (não) contava (2017) com vistas a compreendê-lo não apenas como um documentário histórico, mas uma produção que realiza uma narrativa historiográfica. Nesse sentido, chama-se a atenção para as representações engendradas pelo documentário que, por meio de imagens de arquivo, oferece à pornochanchada um novo lugar de memória tanto na história do audiovisual, como para a história do Brasil, em especial, a concernente ao período que compreende a ditadura militar (1964-1985).

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Biografia do Autor

Jean Carllo de Souza Silva, Universidade Estadual de Campinas

Doutorando em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pesquisador dos grupos: Labiam e Geind (UEMG/CNPq), e Estudos Sociais em Linguagem, Memória e Cultura Visual da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop/CNPq).

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Filmografia

HISTÓRIAS QUE O NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA. Direção: Fernanda Pessoa. Produção: Alice Riff, Fernanda Pessoa, Julia Borges Araña. Brasil: Pessoa Produções e Studio Riff, 2017.

Publicado

2022-12-01

Como Citar

Silva, J. C. de S. (2022). Histórias que o cinema documentário conta: novos lugares de memória para a Pornochanchada na história da ditadura militar brasileira. Domínios Da Imagem, 16(31), 87–115. https://doi.org/10.5433/2237-9126.2022v16n31p87

Edição

Seção

Artigos gerais