A potência do homem e o amor metafísico: o último adeus

Autores

  • Maristela Carneiro Universidade Federal do Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-9126.2018v12n22p47

Palavras-chave:

Virilidade, Erotismo, Arte Funerária, Escultura, Morte.

Resumo

O presente trabalho apresenta as soluções estéticas da escultura funerária O último adeus (1945), de autoria do escultor Alfredo Oliani (1906-1988), parte do acervo do Cemitério São Paulo, localizado na capital paulista, analisada a partir dos parâmetros da História da Arte de Didi-Huberman. A narratividade do amor encontra-se no primeiro plano da escultura, a qual representa um vigoroso homem nu reclinando-se sobre o corpo de uma jovem mulher, para dar-lhe um último beijo. O erotismo é privilegiado na composição em questão, objetivando a imortalização do amor pela ótica dos amantes, separados pela morte, mas perenizados no bronze. A obra também elabora determinado discurso de masculinidade e de potência viril. Influenciado pela arte moderna nacional, o escultor representa o amor pela via do erotismo, enquanto sublimação da dor.

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Biografia do Autor

Maristela Carneiro, Universidade Federal do Mato Grosso

Pós-Doutoranda em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso (PPGHIS-UFMT). Doutora em História pela Universidade Federal de Goiás (PPGH-UFG).

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Publicado

2018-12-23

Como Citar

Carneiro, M. (2018). A potência do homem e o amor metafísico: o último adeus. Domínios Da Imagem, 12(22), 47–67. https://doi.org/10.5433/2237-9126.2018v12n22p47

Edição

Seção

Artigos gerais