O Princípio Da Boa-Fé E Os Reflexos Sobre A Proteção Ao Bem De Família: Aspectos Materiais E Processuais

Authors

  • Jussara Borges Ferreira Universidade de Marília - UNIMAR http://orcid.org/0000-0002-4919-6935
  • Maria das Graças Macena Dias de Oliveira Universidade de Marília - UNIMAR
  • Jefferson Patrik Germinari Universidade de Marília - UNIMAR

DOI:

https://doi.org/10.5433/1980-511X.2021v16n3p227

Keywords:

Bem de família, Boa-fé objetiva, Dignidade da pessoa humana.

Abstract

O presente artigo tem por objetivo analisar a proteção jurídica dada ao bem de família no ordenamento jurídico atual, especialmente, a partir da interpretação constitucional à dignidade da pessoa humana relacionada com a Lei. 8009/90, do princípio da boa-fé objetiva e do princípio da função social dos contratos. Avaliar o critério de destinação do bem relacionado à proteção da tutela do mínimo existencial, mostra-se fundamental para correta interpretação do instituto jurídico mencionado, especialmente a partir do enfoque nos aspectos materiais e processuais. Utilizando pesquisa exploratória, bibliográfica e qualitativa, conclui-se que os recentes entendimentos jurisprudenciais que afastaram a proteção ao bem de família, em decorrência de violação da boa-fé objetiva - princípio jurídico do direito civil contratual -, há possibilidade de abalo considerável do sistema de proteção jurídica ao mínimo existencial e à perspectiva de concretização da função social dos contratos.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Jussara Borges Ferreira, Universidade de Marília - UNIMAR

Doutora em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Mestre em Direito pela Universidade Estadual de Londrina – UEL/PR. Professora permanente do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade de Marília – UNIMAR e do Programa de Mestrado em Direito e Cidadania da Universidade Paranaense – UNIPAR/PR. Advogada.

Maria das Graças Macena Dias de Oliveira, Universidade de Marília - UNIMAR

Doutoranda e Mestre em Direito pelo Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade de Marília - PPGD UNIMAR

Jefferson Patrik Germinari, Universidade de Marília - UNIMAR

Mestre em Direito pelo Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade de Marília - PPGD UNIMAR

References

ALEXY, Robert. Teoría del discurso y derechos humanos. Bogotá: Universidad Externado de Colômbia, 2001.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 01 de ago. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.009, de 29 de março de 1990. Dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8009.htm. Acesso em: 01 de ago. 2019.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da constituição. 7ª ed. Coimbra: Almedina, 2004.

CZAJKOWSKI, Rainer. A Impenhorabilidade do Bem de Família: comentários à 65 Lei 8.009/90. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2002

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Volume 5: Direito de Família. 33 ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

DUTRA, Maristela Aparecida; BORGES, Fernanda Aparecida. Impenhorabilidade do bem de família. Revista Jurídica UNIARAXÁ, v. 21, n. 20, p. 245-268, ago. 2017. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2019.

FACHIN, Luiz Edson. Estatuto jurídico do patrimônio mínimo. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS. Enunciado 374. Disponível em: https://institutodc.com.br/wp-content/uploads/2017/06/FPPC-Carta-de-Florianopolis.pdf. Acesso em: 28 nov. 2019.

FERRAND, Frédérique. Ideological background of the Constitution, Constitutional rules and civil procedure. In: International Association of Procedural Law Seoul Conference 2014. Seul: IAPL, 2014.

FERREIRA, Jussara Suzi Assis Borges Nasser; COSTA, Larissa Aparecida. Contratos privados de assistência à saúde: paradigma da essencialidade. Prisma Jurídico. São Paulo, v. 17, n. , p. 227-254, 2018. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/index.php?journal=prisma&page=article&op=view&path%5B%5D=8144&path%5B%5D=3815. Acesso em: 20 nov. 2019.

FRANÇA, Limongi. Instituições de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 1988.
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo – parte II. 13ª ed. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. São Paulo: Vozes, 2005.

LAZARI, Rafael de. A hermenêutica e o futuro do constitucionalismo. In: Hermenêutica Constitucional: desafios para uma interpretação efetiva. Alencar Frederico Margraf, Rafael de Lazari (org.). 1ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016.

LOBO, Paulo. Boa-fé entre o princípio jurídico e o dever geral de conduta obrigacional. Disponível em: http://genjuridico.com.br/2018/02/26/boa-fe-do-administrado-e-do-administrador-como-fator-limitativo-da-discricionariedade-administrativa/. Acesso em: 27 nov. 2019.

MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. 1ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.

NEGREIROS, Teresa. Teoria do Contrato. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/. Acesso em: 01 de ago. 2019.

PEIXOTO, Ester Lopes. O princípio da boa-fé no direito civil brasileiro. Revista de direito do consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 45, p. 140 – 171, jan-mar 2003.

ROSENVALD, Nelson. Dignidade humana e boa-fé no Código Civil. 1. ed. Saraiva, 2005.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

STJ. Recurso Especial 1.559.348. Relator Luis Felipe Salomão. Quarta Turma. Acórdão publicado em 05 de agosto de 2019. Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1777349&num_registro=201502459832&data=20190805&formato=PDF. Acesso em: 05 de ago. 2019.

STJ. Recurso Especial 1.782.227. Relatora Nancy Andrighi. Terceira Turma. Acórdão publicado em 29 de agosto de 2019. Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=100313417&num_registro=201800958190&data=20190829&tipo=5&formato=PDF. Acesso em: 26 nov. 2019.

TARTUCE, Flávio. O princípio da boa-fé objetiva no Direito de Família. Anais do V Congresso Brasileiro de Direito de Família do IBDFAM, 2005. Disponível em: http://www.ibdfam.org.br/assets/upload/anais/48.pdf. Acesso em: 27 nov. 2019.

TIMM, Luciano Benetti. Ainda sobre a função social do Direito Contratual no Código Civil brasileiro: justiça distributiva versus eficiência econômica. Revista da AMDE, v.2, páginas 1-40, 2009. Disponível em: http://www.revista.amde.org.br/index.php/ramde/article/view/26/24. Acesso em: 26 de jul. 2019.

TOLEDO, André Medeiros; MEDEIROS NETO, Elias Marques. Proposta de uma possível relativização da impenhorabilidade do bem de família, Revista Eletrônica de Direito Processual – REDP. Rio de Janeiro. Ano 12. Volume 19. Número 2. Maio a Agosto de 2018, pp. 01-47. Disponível em: www.redp.uerj.br. Acesso em: 20 nov. 2019.

SANTIAGO, Mariana Ribeiro; CAMPELLO, Lívia Gaiguer Bósio. Função social e solidária da empresa na dinâmica da sociedade de consumo. Revista Scientia Iuris, v. 20, n. 1, p. 119-143, abr. 2016. Disponível em:https://www.researchgate.net/publication/303292332_Funcao_social_e_solidaria_da_empresa_na_dinamica_da_sociedade_de_consumo. Acesso em: 20 nov. 2019.

Published

2021-12-30

How to Cite

Ferreira, J. B., Oliveira, M. das G. M. D. de, & Germinari, J. P. (2021). O Princípio Da Boa-Fé E Os Reflexos Sobre A Proteção Ao Bem De Família: Aspectos Materiais E Processuais. Revista Do Direito Público, 16(3), 227–244. https://doi.org/10.5433/1980-511X.2021v16n3p227

Issue

Section

Artigos